Comissão de Integração do Médico Jovem realiza primeiro fórum
18/04/2019
O CREMERJ promoveu o 1º Fórum da Comissão de Integração do Médico Jovem do Rio de Janeiro, nos últimos dias 12 e 13 (sexta-feira e sábado), no auditório Júlio Sanderson. A abertura contou a participação do presidente do Conselho, Sylvio Provenzano, da diretora e responsável pela Comissão do Médico Jovem, Beatriz Costa, do diretor Ricardo Farias e da presidente do Sistema de Crédito Cooperativo (SicrediRio), Denise Damian.
No evento, Provenzano destacou como fundamental a aproximação com o médico jovem. “O Conselho é a casa de todos os médicos e temos um carinho especial por aqueles que estão começando e que representam o futuro da profissão. Queremos resgatar o orgulho de ser médico e vemos esse fórum como muito importante”, disse.
Já Beatriz Costa lembrou que a Comissão do Médico Jovem teve início há oito anos no Conselho Federal de Medicina (CFM) e que, atualmente, o CREMERJ teve renovações e, hoje, conta com mais de 40% de médicos conselheiros com menos de 40 anos de idade.
“A comissão debate questões importantes para os profissionais em início de carreira. Uma delas é a necessidade de começar um planejamento financeiro o mais cedo possível. Pensamos em realizar um fórum com uma programação que consiste em oferecer um conteúdo que ajude o médico jovem a investir na sua profissão”, complementou.
A palestra “Como planejar seu futuro financeiro”, apresentada por Myrian Lund, que é planejadora financeira e mestre em Gestão Empresarial, abriu o evento. Ela falou sobre a importância da educação financeira em todos os níveis e apresentou vários conceitos ligados à economia comportamental. Myrian ainda aconselhou os jovens médicos a trabalharem com metas e planilhas de controle de gastos. Ela também deu dicas para investir já pensando na aposentadoria.
Saúde mental, responsabilidade civil e ética
O segundo dia do evento teve início com as palestras: "Saúde Mental do Médico Jovem", "Responsabilidade Civil e Ética do Médico Residente" e "Como Preencher e as Implicações Legais do Prontuário Médico e a Declaração de Óbito".
A psiquiatra Isabela Azeredo Melca, membro da Câmara Técnica de Psiquiatria e Saúde Mental do CREMERJ traçou um perfil detalhado do jovem médico e apontou alguns fatores que podem levar a distúrbios mentais como estresse, burnout, depressão e até o suicídio.
Em sua fala, o membro da Comissão de Integração do Médico Jovem João Felipe Zanconato expôs alguns casos e contou sobre a rotina na residência. “Entramos em um mundo novo, sofremos pressão dos colegas também, o que parece inacreditável. Mas temos que mudar isso. A nossa carga de trabalho é maior e parece não ter fim”, disse João.
Membro da Comissão de Integração do Médico Jovem do CREMERJ e do Conselho Federal de Medicina (CFM), Diego Puccini falou sobre as responsabilidades dos residentes e preceptores. Ele levantou questionamentos como a dúvida se o plantonista é necessariamente um preceptor, o significado exato de erro médico e a real responsabilidade de um preceptor com o residente.
Já o médico e advogado Renato Battaglia falou sobre prontuário médico e o cenário atual da medicina, a partir da Constituição de 1988, que mudou bastante o comportamento do médico e do paciente. Ele detalhou os trâmites para um preenchimento correto do prontuário médico, bem como a importância de seguir o Código de Ética Médica e de não esquecer de registrar por escrito todo o processo de tratamento do paciente. Além disso, os participantes debateram questões relacionadas às diferenças entre morte natural, não natural e circunstâncias especiais.
Já no período da tarde, as palestras abordaram dois temas importantes: o marketing e a publicidade médica e os processos ético-profissionais. A primeira apresentação, do diretor do Conselho Ricardo Farias, foi intitulada “Marketing e publicidade médica: o que podemos fazer?” e tratou de questões legais e éticas.
“Temos sempre que nos basear no Código de Ética Médica e nas resoluções do CREMERJ e do CFM. As novas mídias têm gerado muitas dúvidas, mas já há normas que regulamentam as atividades e dão diretrizes, por exemplo, sobre o que não fazer no Instagram e no Whatsapp”, disse o diretor.
Na segunda apresentação, o corregedor Luís Guilherme dos Santos abordou os processos ético-profissionais. Em sua palestra, ele mostrou o fluxo de um processo ético-profissional dentro do Conselho e destacou que as áreas que recebem mais denúncias são a Medicina do Trabalho, Ginecologia e Obstetrícia, seguidas por Cirurgia Geral e Ortopedia. Ele ainda falou que a maioria das denúncias recebidas não tem fundamentos jurídicos e são baseadas na fragilidade das relações entre médico e paciente.
As palestras e o fórum podem ser vistos no link: https://www.cremerj.org.br/noticias/tv