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Violência contra obstetra é tema do Simpósio Parto e Aborto

31/03/2019

Agressões contra médicos obstetras foram tema de painel do “Simpósio Parto e Aborto - Discussão de Temas Polêmicos”. A conselheira do CREMERJ Ana Cristina Russo citou casos de violência física – como o da médica do Hospital Universitário Pedro Ernesto que foi agredida com dois socos pela acompanhante de uma paciente em trabalho de parto – mas também violências institucionais pelas quais os médicos passam.

“Vemos hospitais com falta de profissionais, vínculos precários e exposição à violência. Temos maternidades com dois obstetras para fazer 30 partos, além da alta rotatividade de médicos. A violência cai toda em cima do obstetra, mas muitas vezes não se consegue cumprir a lei da humanização por conta das deficiências do sistema", disse Ana Cristina Russo.

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Nota oficial do CREMERJ sobre agressão e ameaça a médicas no HUPE

Contra agressão a médicos, Crivella propôe Guarda em hospitais

O canal de denúncias de violência contra médicos do CREMERJ registrou 41 agressões de 15 de dezembro de 2018 ao fim de fevereiro de 2019. No total, 70% ocorreram em hospitais públicos e a maioria contra mulheres. 

Para ela, outra questão que interfere muito no sucesso do parto é a falta de pré-natal adequado. No estado do Rio de Janeiro, apenas 4% dos pré-natais são feitos por especialista, o que impede um atendimento de qualidade. Ana Cristina defendeu a Resolução do CREMERJ sobre Plano de Parto, afirmou também que o médico não deve assinar documentos se comprometendo com certos procedimentos, porque o parto é um evento dinâmico e ele não pode se comprometer a algo que possa se tornar uma omissão de socorro.


“Temos que buscar um meio-termo. Não podemos pensar nem que o bebê sabe nascer sozinho e o parto não precisa de acompanhamento nem que a mãe é uma bomba-relógio e que precisamos nos antecipar. A assistência ideal não está em nenhum desses extremos”, afirmou.