Andaraí promove assembleia sobre renovação de contratos
06/02/2018
O corpo clínico do Hospital Federal do Andaraí (HFA) se reuniu nesta terça-feira, 6, com o presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, para discutir o déficit de médicos na unidade. Mesmo após a Justiça determinar a renovação dos contratos temporários nos hospitais federais, foi constatado que a situação de recursos humanos não melhorou no HFA.
Apesar de a superlotação ser uma preocupação para o hospital, questões administrativas vem afligindo os médicos. Atualmente, eles trabalham sem diretor médico e administrativo, sem chefia do serviço de patologia, sem cirurgia cardíaca e sem chefia nos serviços de clínica cirúrgica, enfermagem e emergência. Além disso, somente alguns contratos temporários foram renovados, em quantidade insuficiente para suprir a demanda.
A falta de recursos humanos levou o hospital a remanejar as equipes. Médicos sem experiência em determinadas áreas estão sendo obrigados a preencher vagas que não são de suas especialidades.
Para o presidente do CREMERJ, a situação é catastrófica:
“É uma tristeza estar aqui por essas razões. Já entregamos um ofício das fiscalizações dos hospitais federais ao ministro da Saúde e nenhuma medida foi tomada. Com o remanejamento das equipes, os profissionais sofrem com o medo de violarem o Código de Ética Médica, pois, do ponto de vista médico, não são obrigados a exercer atividades para as quais não estão capacitados”, disse.
Em novembro de 2017, o CREMERJ, em conjunto com o Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ) e apoiado pela Comissão Externa da Câmara dos Deputados, deu entrada em uma ação civil pública que solicitava a renovação imediata dos contratos de médicos e enfermeiros, pelo menos, até um novo concurso. Entretanto, até agora o governo federal não cumpriu a decisão judicial.
A orientação passada ao corpo clínico por Nahon é que todas as situações atípicas sejam documentadas e registradas no CRM, para que medidas cabíveis possam ser tomadas.
“Estamos defendendo a população desassistida e as condições de trabalho dos médicos. Nos momentos de crise, o corpo clínico deve se manter unido. A causa é de todos, e juntos temos mais força”, falou Nahon.