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Programa de Atenção Domiciliar ao Idoso é suspenso no Rio

20/12/2017

Pacientes do Programa de Atenção Domiciliar ao Idoso (Padi) tiveram o atendimento suspenso. Financiado pela Prefeitura do Rio, o projeto sofre com cortes no orçamento e atrasos nos repasses desde junho, o que causou irregularidade no pagamento de salários de profissionais de saúde e interrupção do transporte das equipes. Devido à paralisação, 895 pessoas estão sem assistência.

No início de novembro, a operação do Padi passou a ser feita com menos de 50% da frota de carros, o que prejudicou sensivelmente as visitas domiciliares. A partir de 8 de dezembro, o serviço foi completamente suspenso. Somente nesse período, 2.856 visitas deixaram de ser realizadas e sete mortes foram contabilizadas, segundo denúncia recebida pelo CREMERJ.

Outra consequência da paralisação do atendimento foi o aumento do número de reinternações. A falta de assistência a condições possivelmente evitáveis - como infecções pulmonares, urinárias e de pele - foi o que mais contribuiu para a entrada de idosos em hospitais e os óbitos.

Os pacientes também estão com dificuldade de acesso à medicação de controle de doenças crônicas, a especialistas e a consultas em unidades da Clínica da Família, por conta da greve das equipes da Estratégia Saúde da Família. Outro agravante é a redução da liberação de materiais e medicamentos e da realização de exames laboratoriais por hospitais municipais.

O Padi atende pessoas de todas as idades, preferencialmente idosos portadores de incapacidade funcional, restritos ao leito ou ao lar, que possuem demanda de reabilitação, cuidados paliativos e/ou necessidades de cuidados especiais devido a doenças crônicas de alta complexidade ou agudizadas. O programa tem cinco equipes multidisciplinares (Enfermagem, Técnica em Enfermagem, Assistência Social, Odontologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia e Terapia Ocupacional). Por conta do atraso nos salários e da suspensão das atividades, parte dos profissionais pediu demissão.

O projeto conta com cinco bases sediadas nos hospitais municipais Lourenço Jorge, Pedro II, Francisco Silva Teles, Miguel Couto e Souza Aguiar. Cada uma atende entre 180 a 200 pacientes por mês. Cerca de 75% dos assistidos foram desospitalizados de unidades da rede pública da cidade. Os 25% restantes são oriundos da Atenção Primária à Saúde (APS). Pelos menos 36% dos atendidos pelo Padi recebem cuidados paliativos. O programa é administrado pela organização social Instituto de Atenção Básica e Avançada de Saúde (Iabas).

O presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, anunciou que o conselho acionará o Ministério Público do Estado, a Defensoria Pública e a Secretaria Municipal de Saúde para denunciar a suspensão do Padi.

"Os pacientes não podem pagar pela irresponsabilidade da gestão municipal, que não aplica o dinheiro na Saúde. Pessoas estão perdendo o direito à vida. O Padi proporcionou mais qualidade de vida e longevidade àqueles que antes precisavam ficar internados por longos períodos. Além disso, fez com eles pudessem estar em casa com seus familiares. Vamos fazer o possível para que o programa volte às atividades normais", disse Nahon.

 

* No dia 21.12, a situação do tranposte das equipes foi normalizada e as visitas retomadas. No entando, o salário dos profissionais de saúde continua em atraso.