Profissionais da atenção primária se encontram com prefeito
22/11/2017
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, recebeu nessa quarta-feira, 22, representantes dos sindicados dos profissionais que atuam nas 227 unidades de atenção primária da prefeitura do Rio e o comando de greve dos médicos, que apresentaram suas reivindicações. Na pauta da reunião estava o atraso dos salários, a ausência de insumos e de medicamentos nas unidades, a demissão de 180 profissionais e o orçamento da Saúde para 2018. Os diretores do CREMERJ Gil Simões e Erika Reis representaram o CRM na reunião.
O prefeito, acompanhado de representantes das secretaria de Saúde e da Fazenda, admitiu os problemas de atrasos de salário e de abastecimento nas unidades. Ele anunciou que foi liberado R$ 25 milhões para compra de medicamentos e insumos, que serão repartidos da seguinte forma: R$ 20 milhões para hospitais e R$ 5 milhões para a Atenção Primária à Saúde (APS). Crivella admitiu não ser suficiente, mas que distribuirá de acordo com a prioridade e o estoque do local.
Quanto aos salários, a prefeitura garantiu que pagará os atrasados até 24 de novembro, sexta-feira, e o pagamento referente a novembro deverá ser efetivado até o 5º dia útil de dezembro. Em relação ao 13º salário, não há uma data estabelecida. A quitação do pagamento de bolsistas e de residentes também deverá acontecer no dia 24.
Em resposta às demissões, foi informado que não há perspectiva de recomposição, pois, na visão da Secretaria de Saúde, o plano de reorganização das equipes foi feito de acordo com as características de cada território. Também não foi dada garantia de que não haverá novas demissões, apesar de a Secretaria assumir que já existe estabilidade na composição de equipes.
Marcelo Crivella confirmou a inclusão de R$ 500 milhões para o orçamento de 2018, que ainda será votado na Câmara dos Vereadores, e informou que vai liberar R$ 58 milhões, até o dia 24, para as nove Organizações Sociais (OSs) que administram as unidades para que façam o pagamento dos funcionários. O comando de greve alegou que as OSs negam os pagamentos, o que levou a marcarem uma nova reunião entre os sindicatos, as secretarias de Saúde e Fazenda e as OSs, prevista para 24 de novembro.
O presidente da Associação de Medicina de Família e Comunidade do Estado do Rio de Janeiro (AMFaC-RJ), Moisés Nunes, aprovou o resultado da reunião, mas acrescentou que ainda há pontos a serem debatidos e esclarecidos.
“Foi uma vitória importante a instalação da mesa de negociação com o prefeito. Conseguimos que ele se comprometesse com algumas questões, como o calendário de pagamentos para este ano e a abertura de uma mesa de negociação com as OSs. Alguns pontos ainda estão incertos, como a compra de medicamento, mas isso deve ficar claro com o passar dos dias. Agora precisamos avaliar os novos rumos do movimento, inclusive temos uma assembleia amanhã (23) para debater se manteremos a greve”, disse Nunes.
A diretora do CREMERJ Erika Reis reafirmou que o Conselho continuará apoiando o movimento. “Foi um processo de negociação satisfatório. Agora temos que aguardar até que tudo se concretize. O CREMERJ manterá o apoio a esse movimento, que é justo e ético”, disse.
Também participaram da reunião a secretária municipal de Fazenda, Maria Eduarda Berto; o secretário de Saúde, Marco Antonio de Mattos; a subsecretária da Saúde, Ana Beatriz Busch Araújo; além de representantes do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ).