CREMERJ debate problemas dos hospitais universitários
20/02/2017
O CREMERJ promoveu, nessa quinta-feira, 16, uma reunião para debater a situação dos hospitais universitários federais Antônio Pedro (UFF), Clementino Fraga Filho (UFRJ) e Gaffrée e Guinle (Unirio), além do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Uerj). O objetivo do encontro foi discutir medidas para solucionar os problemas causados nessas unidades, principalmente, pela falta de financiamento.
O presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, explicou que a intenção é mapear as adversidades que causam impasse no ensino médico e no atendimento à população das quatro unidades. Após esse diagnóstico, serão sugeridas ao governo municipal, estadual e federal ações resolutivas.
“Os hospitais universitários são importantíssimos na formação dos novos médicos, na elaboração de pesquisas e no atendimento da população. São unidades de alta complexidade e que possuem, muitas vezes, especialistas que não existem em outros locais. A falta de investimento nessas unidades gera um prejuízo em cadeia, complicando ainda mais a crise que o setor de Saúde do Rio de Janeiro está passando”, disse Nahon.
O diretor-geral do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), Edmar Santos, relatou que o problema principal da unidade, hoje, é o repasse do governo do Estado. Ele informou que se as verbas forem regularizadas, em março a unidade pode voltar a funcionar com 300 leitos. Atualmente, apenas 180 leitos estão em funcionamento. Outra questão levantada por ele é a dificuldade no abastecimento de medicamentos.
No Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), a limitação de verbas tem restringido atendimentos e investimentos. O diretor da unidade, Fernando Ferry, sugeriu que os hospitais universitários sejam orçamentados, em especial nas despesas fixas, e que seja criado um consórcio entre eles para compra de medicamentos e insumos.
Já no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) a falta de profissionais impossibilita a ampliação de serviços. A unidade reformou 40 leitos de enfermaria cirúrgica e 22 de CTI adulto, mas eles estão vazios por falta de pessoal para realizar os atendimentos. Para reverter esse quadro, o Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro entrou com uma ação civil pública com pedido de liminar para que possa ser realizado um concurso público de forma emergencial. A diretora médica o HUCFF, Mirian Vieira Maia, representou a unidade.
Segundo o professor e pró-reitor de pessoas da Universidade Federal Fluminense (UFF), Túlio Batista Franco, os serviços do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap) estão sendo normalizados. Ele ressaltou a importância da união entre as unidades em prol da manutenção dos serviços e do ensino médico de qualidade.
Após a compilação de todas as informações, ficou acertado que será feito um documento em defesa dos hospitais universitários, no qual serão apresentados os problemas e as sugestões de solução.
Participaram da reunião os conselheiros Serafim Borges, José Ramon Blanco e Marcos Botelho, o diretor médico do HUGG, Ewerton Mozart Nogueira Martins, e o professor da Uerj João José Abrahão Caramês.