Doping é tema de palestra no CREMERJ
20/07/2016
A prática do doping entre atletas de ponta foi tema de plenária temática no CREMERJ nessa quinta-feira, 14. A palestra foi ministrada pelo diretor do conselho e cardiologista do Clube de Regatas do Flamengo, Serafim Borges, que abordou as principais substâncias usadas, os resultados, as consequências e as técnicas de identificação da dopagem – prática antiética de atletas que fazem uso de substâncias e métodos proibidos, dentro e fora de competições, para potencializar o desempenho.
“Há uma preocupação grande com o doping, pois a cada dia vem crescendo o número de substâncias usadas e as formas de ocultá-las. Apesar disso, ainda existe muita desinformação por parte dos atletas que desconhecem o risco de usar medicamentos sem o acompanhamento de sua equipe técnica. Esse tema precisar ser atualizado e acompanhado por todos os envolvidos na preparação e no atendimento médico do esportista, principalmente, agora, com a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos”, adiantou Serafim.
Durante a palestra, o diretor do CREMERJ explicou que o diagnóstico de doping se torna mais complicado quando existe o uso, entre atletas profissionais e não-profissionais, de drogas ilícitas potencialmente arritmogênicas, como esteróides anabolizantes, a eritropoietina e anabólicos esteróides injetáveis.
“A identificação de mecanismos arritmogênicos, principalmente em atletas, é uma tarefa difícil. Alterações sutis como miocardites focais e cardiomiopatia arritmogênica segmentar e nos canais iônicos podem existir em corações aparentemente normais”, explicou.
Também foram abordados os métodos proibidos durante e fora de competições, assim como as substâncias proibidas em esportes específicos. Ele ainda falou sobre as consequências das drogas recreativas – maconha e cocaína – e o perigo oculto dos suplementos e ergogênicos. Serafim também ressaltou que, ao longo dos anos, o doping se sofisticou. Ao mesmo tempo em que as substâncias e os fármacos foram aprimorados para não serem percebidos nos exames, os métodos de detecção evoluíram.
“Para a Olimpíada já estará em vigor a lista World Anti-Doping Agency (Wada) que relaciona todas as substâncias e métodos proibidos permanentemente. São realizados exames de urina ou sangue. Se for constatado o uso de algum elemento proibido, pede-se o exame da contraprova. Nos Jogos do Rio os exames dos atletas, provavelmente, irão para a Suíça, pois o nosso laboratório foi descredenciado pela Wada. ”, disse.