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Carlos Chagas: superlotação e falta de medicamentos preocupam

30/04/2015

Superlotação da emergência e falta de medicamentos foram constatados durante fiscalização do CREMERJ nesta quinta-feira, 30, no Hospital Estadual Carlos Chagas. A unidade, que possui 189 leitos, estava lotada e tinha 62 pacientes, a maioria em estado grave, internados em leitos improvisados em salas e corredores.
 
Devido à superlotação, a sala de trauma se tornou uma espécie de sala vermelha para atender os casos mais graves. Um dos pacientes estava internado em uma maca de transporte, sem aparador nas laterais, apesar de estar intubado. Homens e mulheres com indicação cirúrgica também estavam internados no corredor principal da emergência porque a sala cirúrgica estava lotada.
 
A internação de pessoas nos corredores é rotineira no Carlos Chagas, segundo relatos de médicos. Além das pessoas que procuram diretamente o hospital, a unidade recebe muitos pacientes encaminhados pelo Corpo de Bombeiros. Enquanto o CREMERJ realizava a fiscalização, dois pacientes – um deles com infarto agudo do miocárdio – foram levados em ambulância por um bombeiro.
 
A falta de insumos é outro problema que tem preocupado médicos e funcionários do hospital. Há deficiência de medicamentos como xilocaína, antibióticos e intravenosos e de outros materiais. Na pediatria, por exemplo, atualmente, faltam alguns antibióticos e tipos de seringa.
 
“A situação é caótica na emergência. Macas espalhadas pelos corredores, pacientes graves internados nessa área. O corredor virou uma extensão das enfermarias. Vimos que médicos e outros profissionais de saúde estão se esforçando para atender os pacientes dignamente, mas a superlotação e a falta de medicamentos prejudicam o atendimento”, afirmou o diretor do CREMERJ Gil Simões, que coordena a Comissão de Fiscalização do Conselho.
 
A unidade funciona com plantões de seis clínicos, três cirurgiões, três pediatras durante o dia e a noite, porém há desfalques nos fins de semana. O hospital não tem ortopedista nem neurologista. Os médicos trabalham com vínculos diversos, como estatutários e contratados pela Fundação Saúde ou por cooperativa.

Já o setor de endoscopia está paralisado há mais de oito meses porque os equipamentos continuam quebrados. Apenas a parte de colonoscopia está em funcionamento. Segundo a direção, os aparelhos não foram consertados porque um novo contrato de manutenção estava em processo de licitação. A nova empresa assumirá a partir de maio. Enquanto isso, a Infratec realizava somente reparos pequenos ou urgentes.

Quanto à falta de medicamentos, a direção informou que foi principalmente provocada pelo atraso na chegada de insumos pelo Rede/FES – Fundo Estadual de Saúde. 
 
O CREMERJ enviará o relatório de fiscalização para o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro.
 
“Vamos também entrar em contato com o secretário estadual de Saúde. É um caso grave que precisa ser resolvido o mais rápido possível”, declarou a vice-presidente do CREMERJ, Ana Maria Cabral.

Além de Gil Simões e Ana Maria Cabral, participaram da fiscalização as médicas fiscais do CREMERJ Simone Assalie e Carolina Mascarenhas.