CREMERJ promove palestra sobre Ética Médica em Valença
07/11/2014
O CREMERJ realizou palestra sobre Ética Médica para os alunos da Faculdade de Medicina de Valença, nessa quarta-feira, 5, no auditório da instituição. A iniciativa partiu de convite do responsável pelo Departamento de Clínica Médica da faculdade, Rafael Moura de Almeida, e do diretor, Kleiton Santos Neves. A apresentação esteve a cargo do vice-presidente do Conselho, Nelson Nahon, e o do diretor-secretário, Gil Simões.
O professor Rafael Moura de Almeida salientou que o tema é essencial à formação de qualquer médico, independente de especialidade, e ao norteamento do seu dia a dia profissional. "Convidamos o Conselho para mostrar como exercer a medicina com segurança para o si, evitando processos, e também para os pacientes", disse. Conforme Kleiton Santos Neves, a instituição existe há 46 anos e possui cerca de 420 alunos.
Nelson Nahon iniciou a explanação enfatizando que o Código de Ética médica contém dez direitos dos médicos e 118 práticas vedadas ao profissional de medicina. "É importante ter ciência disso", sublinhou.
Foi destacado ainda que o CREMERJ recebe 50 denúncias mensais contra médicos. Grande parte dos processos éticos é por quebra da relação médico-paciente. "Por isso temos que valorizar o paciente, concedendo a ele toda atenção, mesmo quando estamos cansados, ao final de um plantão", disse Nahon.
O palestrante destacou a importância do correto preenchimento do prontuário médico, de forma legível para cada paciente, registrando o máximo de detalhes clínicos, cronologicamente, com data, hora, assinatura, carimbo e número do CRM.
"Por incrível que pareça, essas questões causam grande parte dos processos. Por isso, temos que escrever, e escrever muito, registrando tudo que está acontecendo. O prontuário é importante para o colega que assumirá o paciente e também para a nossa defesa", alertou.
Nahon deu ainda várias orientações para evitar problemas em decorrência de fornecimento de declarações e atestados. "Somente devemos atestar os procedimentos efetivamente realizados, não nos deixando levar pelas argumentações dos pacientes. Muitos processos no CRM também ocorrem em função disso e alguns viram ações judiciais".
Foram ainda destacadas a importância de pedir documentação de identidade do paciente, da preservação do sigilo do prontuário e de não faltar aos plantões sob hipótese alguma. "Nosso principal compromisso é com o paciente, mesmo que estejamos, por exemplo, sem receber salários", salientou.
Nelson Nahon orientou que os médicos devem fazer de tudo para não sofrerem denúncias e que muitas delas podem ser evitadas mediante uma boa relação médico-paciente.
O diretor do CREMERJ, Gil Simões, apresentou a diferença entre parecer e resolução, esclarecendo a importância das resoluções, sua origem nos conselhos regionais de medicina e no CFM. Para ilustrar as diferenças, o diretor usou dois exemplos: o primeiro sobre a normatização da identificação em vestuário, carimbo e impressos; o segundo sobre a normatização do acolhimento/atendimento/internação/transferência dos usuários das UPAs.
“A ideia foi mostrar como as resoluções, se cumpridas, zelam pelo desempenho ético da medicina, por condições adequadas de trabalho e pela valorização profissional”, salientou.
Boa parte dos debates e perguntas, ao final do encontro, tratou do programa "Mais Médicos", também alvo de preocupação e descontentamento por parte dos estudantes.