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Médicos realizam abraço simbólico ao Hospital do Fundão

06/11/2013

Médicos, acadêmicos, representantes do CREMERJ e de outras entidades de classe promoveram, nesta terça-feira, 5, um abraço simbólico ao Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (Hospital do Fundão) depois da denúncia de sucateamento da unidade. Pela segunda vez em menos de uma semana, os manifestantes se reuniram na entrada principal da instituição e chamaram a atenção para problemas graves, como: péssimas condições estruturais, falta de recursos humanos, ausência de um orçamento próprio e possível implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) – projeto do governo federal que foi rejeitado por unanimidade pelos participantes.

“Há uma tentativa de terceirização da saúde. Infelizmente, o governo federal não tem um plano ou uma diretriz para o nosso setor e acaba improvisando, com programas como o Mais Médicos. Sou professor dessa instituição há mais de 25 anos e não entregaremos os nossos hospitais a uma empresa privada, que acabaria com a autonomia universitária e colocaria em risco o ensino e o atendimento a população, o que fazemos com qualidade. O financiamento da saúde e da educação é obrigação do governo, que deve promover concursos públicos com salários decentes, condições dignas de trabalho e carreira de Estado”, declarou o presidente do CREMERJ, Sidnei Ferreira, que também trabalha há 37 anos no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG).

A ex-funcionária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eunice Vianna – paciente do hospital há anos –, também mostrou preocupação com a possível gestão da unidade pela Ebserh. Além dela, a estudante e integrante do Diretório Central (DCE) Carol Barreto criticou ainda a falta de estrutura da instituição.

“Esse hospital é referência e a população precisa dele. É triste ver o estado de abandono, até na entrada da unidade há um ralo solto. Por isso, estamos reivindicando essas melhorias”, disse.

Para o professor de oncologia da UFRJ e candidato a diretor do Clementino Fraga Filho, Eduardo Côrtes, a Ebserh é uma solução ruim, porque há flexibilidade somente para a empresa, e não para a universidade.

“A Ebserh possui várias inconstitucionalidades e vai interferir na autonomia da instituição. O governo federal não investe nos hospitais universitários nem nas universidades. Um dos responsáveis pelo sucateamento da nossa unidade é o Ministério do Planejamento”, opinou.

Com faixas, os manifestantes caminharam até a porta do ambulatório, onde atraíram pacientes, médicos e funcionários do Clementino Fraga Filho para o movimento.
 
Também participaram da mobilização: membros do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ, do Sindicato da Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro e do Sindicato dos Professores da UFRJ.