Superlotação e déficit de médicos afetam Alexander Fleming
13/06/2013
Em visita técnica nessa segunda-feira, 10, no Hospital Maternidade Alexander Fleming, em Marechal Hermes, o CREMERJ constatou várias irregularidades como a superlotação e a falta de recursos humanos, que têm afetado o trabalho médico. No dia da vistoria, havia 19 crianças internadas na UTI e na UI (unidade intensiva), enquanto que a capacidade é de oito pacientes – quatro em cada setor.
Com 53 leitos, a maternidade realiza cerca de 200 partos por mês. Com uma equipe reduzida, os médicos estão sobrecarregados. O déficit de pediatras e de obstetras é alto, principalmente porque muitos colegas se aposentaram.
Áreas como o centro cirúrgico passaram por reformas. Entretanto, a UTI e a UI estão desativadas há mais de um ano e, por isso, funcionam provisoriamente em duas enfermarias. A expectativa é de que as obras nestes setores comecem no próximo mês, após promessa da Secretaria Municipal de Saúde feita há um ano. Em função dessa adaptação, os médicos trabalham num espaço limitado, onde, na UTI, há seis saídas de oxigênio para nove crianças internadas, enquanto que, na UI, tem quatro fontes de oxigênio para dez pacientes.
Os colegas também relataram dificuldades para transferir pacientes pelo Sistema de Regulação de Vagas (Sisreg), o que sobrecarrega ainda mais a unidade.
Na maternidade, a conselheira do CREMERJ Vera Fonseca teve reunião com a direção e visitou vários setores como a emergência, a Rede Cegonha e salas de pré e pós-parto. Vera Fonseca também se reuniu com a Comissão de Ética Médica do hospital.
“É um absurdo os colegas serem penalizados pela falta de estrutura. Os médicos precisam, no mínimo, de condições de trabalho para exercerem a profissão com ética. O CREMERJ vai questionar a Secretaria Municipal de Saúde para saber o que está acontecendo. Nossa função é fiscalizar e assegurar boas condições de trabalho, porque só assim é possível garantir um atendimento de qualidade à população. Sobre os recursos humanos, enquanto não houver concurso público com salários dignos e carreira de Estado para o médico, a situação continuará caótica”, declarou Vera.