Hospital da Piedade: prefeitura ainda não renovou equipamentos
14/05/2013
Em visita técnica nesta segunda-feira, 13, ao Hospital Municipal da Piedade, os conselheiros do CREMERJ conversaram com vários médicos e constataram que uma das principais deficiências da unidade é a de equipamentos – que estão muito obsoletos –, e afetam principalmente o serviço de oftalmologia – área que é referência há mais de 30 anos.
O hospital, entretanto, aguarda o cumprimento da promessa feita pela prefeitura, em 2012, de atualizar o parque tecnológico da unidade. Já o centro cirúrgico, que no ano passado motivou uma mobilização do CREMERJ porque o setor estava em condições precárias, passou por obras que já foram concluídas.
Atualmente, segundo a direção do hospital, o quadro de médicos está quase completo. No entanto, colegas dos serviços de ginecologia e cardiologia relataram que há carência de médicos na unidade. Em relação à pediatria, que em 2012 enfrentou uma situação crítica com a falta de médicos, houve uma reestruturação e hoje há quatro pediatras para o fim de semana, sem rodízios.
Também foram realocados proctologistas, ginecologistas, cirurgiões e outros. Alguns vieram do Hospital Municipal Raphael de Paula Souza, em Curicica – com a desativação dos serviços de ginecologia e cirurgia geral –, e os outros são temporários. Os contratos vencerão em agosto e não se sabe se haverá renovação ou reposição de pessoal. “Na verdade, se descobriu um santo para cobrir outro”, disse Márcia Rosa de Araujo, presidente do CREMERJ.
Devido à situação crítica que o hospital tem enfrentado, a residência médica tem sido afetada, principalmente no conteúdo teórico; serviços como de cardiologia, clínica médica, pediatria, coronária e CTI estão sem chefia; e o corpo clínico e a Comissão de Ética Médica ainda estão sem representantes.
O critério do Sistema de Regulação de Vagas (Sisreg) também tem sido um problema para o Hospital da Piedade, com encaminhamento de pacientes fora do perfil da unidade.
“Há muitos contratos temporários de médicos prestes a vencer e o caos pela falta de recursos humanos é uma constante em todos os hospitais do Rio. Por isso, somos a favor do concurso público com salários dignos e plano de carreira, que dão estabilidade ao médico e segurança à população. Sem contar que a falta de insumos, além dos equipamentos obsoletos, dificultam o trabalho médico”, declarou Márcia Rosa.
Também participaram da visita as conselheiras Erika Reis e Kássie Cargnin.