Lideranças médicas aprovam paralisação no SUS
08/08/2011
Lideranças médicas de todo o país aprovaram o dia nacional de paralisação dos médicos que atuam na saúde pública, que acontece no dia 25 de outubro. A decisão foi tomada em reunião da Comissão Nacional Pró-SUS, nesta sexta, 5, com participação de representantes de todo o país.
\"Os problemas do SUS continuam com uma série de impasses e desafios. Vemos improvisações e falta de rumo. O quadro geral é muito preocupante e precisamos nos posicionar\", declarou o 2º vice-presidente do CFM e conselheiro do CREMERJ, Aloísio Tibiriçá, que também é coordenador da comissão.
Representantes da Associação Médica Brasiléia (AMB) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam) também conduziram os debates. É a segunda vez este ano que a comissão, que agrega CFM, AMB e Fenam, faz uma reunião com esta representatividade nacional.
O Dia Nacional de Paralisação será precedido de mobilizações organizadas pelos estados e culminará com a presença das lideranças em Brasília para mobilizações no Congresso e no Ministério da Saúde, no dia 26. Os itens da pauta nacional são:
- Melhor remuneração no SUS, Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV);
- Condições adequadas de trabalho;
- Assistência de qualidade para a população;
- Financiamento maior e permanente para o SUS e qualificação da gestão pública.
Os estados, por sua vez, poderão agregar lutas locais às suas pautas, de acordo com as especificidades regionais.
Educação Médica - A Comissão Nacional Pró-SUS está empreendendo, em trabalho conjunto com a Comissão de Ensino Médico do CFM, um estudo sobre demografia médica no Brasil. O objetivo é trazer mais consistência às discussões sobre a necessidade de médicos no país para uma assistência adequada.
O governo propõe a criação de 2.500 vagas por ano para suprir a alegada falta de médicos. No entanto, dados preliminares do estudo do CFM apontam que o método do governo, de comparar o número de médicos por mil habitantes no Brasil (1,9) com outros países não é suficiente por se tratarem de sistemas de saúde diferenciados que imprimem características próprias ao trabalho médico nesses diferentes contextos.
O estudo, ainda em desenvolvimento, pretende superar ainda a divisão de médicos por mil habitantes que considera apenas as informações de registro dos profissionais junto aos conselhos regionais.
Fonte: CFM