Clipping - Exame que salva vida de bebês
Extra / Bem viver
06/06/2018
Teste do pezinho é capaz de diagnosticar doenças graves em recém-nascidos
Hoje é o Dia Nacional do Teste do Pezinho, que visa mostrar
a importância da realização do exame em crianças recém-nascidas. Por meio da
coleta de gotinhas de sangue retiradas do calcanhar do bebê, é possível
diagnosticar e tratar doenças — muitas vezes assintomáticas nos primeiros meses
de vida — que comprometem o desenvolvimento mental e físico da criança e que
podem levar à morte.
— O exame possibilita o diagnóstico precoce e o tratamento
específico dessas doenças. Com isso, é possível diminuir as chances de lesões
que podem ser irreversíveis, como retardo mental e deficiências físicas —
afirma Amanda Martins, pediatra da Perinatal.
O exame deve ser realizado, de preferência, entre o
terceiro e o quinto dia de vida do bebê. Caso não seja possível respeitar este
prazo, o teste precisa ser feito em até um mês.
— É preciso esperar este tempo, pois o ideal é que já tenha
sido iniciada a alimentação do bebê através de leite, seja o materno ou a
fórmula. Em algumas doenças investigadas, é preciso que o metabolismo da
criança já esteja ativo para investigar se já alguma alteração — explica
Amanda.
A escolha da coleta de sangue por meio de um furinho no
calcanhar do bebê tem motivo, como conta João Gabriel Daher, médico coordenador
do setor de genética do laboratório Lafe.
— Esta é uma área vascularizadas (com muitos vasos
sanguíneos) e extremamente segura para a criança e para a realização do exame —
explica.
DOENÇAS DIAGNOSTICADAS PELO TESTE
Fenilcetonúria
Defeito metabólico que causa atraso global do desenvolvimento neuropsicomotor, deficiência mental, comportamento agitado ou padrão autista, convulsões, alterações eletroencefalográficas e odor característico na urina
Hipotireoidismo
congênito
Incapacidade da glândula tireoide do recém-nascido em produzir quantidades adequadas de hormônios tireoidianos. Sem diagnóstico e tratamento precoce, a criança terá o crescimento e o desenvolvimento mental seriamente comprometidos
Doença
falciforme
As hemácias assumem forma de lua minguante, o que leva o
paciente afetado a apresentar: anemia hemolítica, crises vaso-oclusivas, crises
de dor, insuficiência renal progressiva, acidente vascular cerebral e maior
susceptibilidade a infecções
Fibrose
cística
Afeta os pulmões (provoca infecções crônicas) e o pâncreas
(provoca má nutrição), num processo obstrutivo causado pelo aumento da
viscosidade do muco
Hiperplasia
adrenal congênita
Conjunto de síndromes transmitidas geneticamente que limitam a produção de hormônios nas glândulas adrenais (localizadas acima dos rins), o que prejudica o crescimento
Deficiência
de biotinidase
É uma doença metabólica hereditária. Manifesta-se a partir
da sétima semana de vida com distúrbios neurológicos e cutâneos tais como
crises epiléticas, hipotonia, microcefalia, atraso do desenvolvimento
neuropsicomotor, alopecia e dermatite eczematóide
Realização gratuita na rede pública
O Teste do Pezinho faz parte do Programa Nacional de Triagem
Neonatal (PNTN), que inclui os testes da Orelhinha, do Olhinho, da Linguinha e
do Coraçãozinho — por meio dos quais são diagnosticados problemas de audição,
visão, língua presa e cardiopatias congênitas nos recém-nascidos. Nos hospitais
da rede pública, o Teste do Pezinho é gratuito e capaz de diagnosticar seis
doenças. — Na rede privada, conseguimos fazer a triagem de até 50 doenças — diz
Daher.
Dentre elas, estão a sífilis congênita e a rubéola
congênita, por exemplo.
Em caso de alterações nos resultados, os pais devem
procurar o pediatra da criança.
É preciso ter a orientação de um profissional para a
realização de exames complementares. Isso irá confirmar ou afastar a
possibilidade da doença. Algumas crianças podem apresentar o resultado alterado,
mas não estarem doentes — diz Amanda.