Clipping - REPELENTE é alternativa para quem não pode tomar vacina contra febre amarela
O Globo / Revista Ela
26/02/2018
O surto de febre amarela no país, que atinge especialmente
regiões de clima quente e próximas às matas, deixou alerta a população
brasileira. O cuidado e a preocupação em se proteger da doença ganharam as
ruas, estão nos papos de bar, no ambiente de trabalho e nas unidades de saúde.
E é bom mesmo que todos estejam atentos.
— A febre amarela é potencialmente fatal. Na maioria dos
casos, ela pode evoluir bem, mas em 20% deles, não. E desses 20% dos casos, 50%
correm risco de morte. É uma doença que devemos evitar a qualquer custo, por
sua alta mortalidade — explica a médica pediatra e professora da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Ana Maria Escobar.
A campanha de vacinação realizada pelo ministério da Saúde,
em parceria com as redes estaduais e municipais de saúde, pede à população que
mora em áreas de risco ou tenha viagem marcada para esses locais, que se vacine
o quanto antes. No entanto, há um grupo de pessoas que não pode receber a dose,
como por exemplo crianças com menos de seis meses, pacientes com qualquer
doença que leve à imunodepressão (pacientes em tratamento de quimioterapia,
doenças reumatológicas com uso de corticoide em altas doses e pessoas com HIV e
imunossupressão grave (contagem de células CD4<200), alérgicos à proteína
presente no ovo. Idosos acima de 60 anos e gestantes precisam consultar os
médicos para saber se podem ou não receber a vacina. Mães que estão amamentando
bebês com menos de seis meses também devem consultar o médico e, caso precisem,
devem ficar dez dias sem amamentar.
Para eles ou para quem ainda não conseguir se imunizar, há
alternativas que podem ajudar na proteção contra a febre amarela.
— As pessoas infectadas passam o vírus para o mosquito.
Então, a ideia é evitar que o mosquito pique. Quanto menor o número de pessoas
picadas, menor o número de mosquitos infectados. Por isso, o uso do repelente é
essencial para quem não tomou a vacina – explica a médica.
Ana Maria destaca que o uso do repelente requer atenção. De
acordo com ela, é fundamental saber aplicá-lo, passando o produto de maneira
homogênea sob toda a área exposta.
— O mais indicado é um produto que protege por cerca de 10
horas. Mas ele deve ser reaplicado se a pessoa entrar na água ou suar muito.
Quem vai usar protetor solar, deve aplicá-lo antes do repelente. A mesma
orientação serve para a maquiagem — detalha ela.
A médica também ressalta que não se deve aplicar o produto
em regiões próximas aos olhos, narinas e boca. É interessante também usar
roupas claras, pois elas ajudam a enxergar o mosquito na roupa, e não usar
perfumes, porque o cheiro adocicado atrai o inseto. Ela destaca ainda que os
pais de bebês com menos de seis meses devem estar ainda mais atentos e não
abrir mão da proteção mecânica:
É importante colocar telas nas janelas e mosquiteiro sobre
o berço, além utilizar repelente de tomada – alerta.