Aviso de Privacidade Esse site usa cookies para melhorar sua experiência de navegação. A ferramenta Google Analytics é utilizada para coletar informações estatísticas sobre visitantes, e pode compartilhar estas informações com terceiros. Ao continuar a utilizar nosso website, você concorda com nossa política de uso e privacidade. Estou de Acordo

Clipping - Dois chilenos morrem sob suspeita de febre amarela na Ilha Grande

O Globo / Rio

21/02/2018


Angra dos Reis é o município com maior número de óbitos no estado: sete

Com 12 casos confirmados de febre amarela, incluindo sete que resultaram em mortes, Angra dos Reis já é o município fluminense com maior número de óbitos provocados pela doença este ano, de acordo com a Secretaria estadual de Saúde. Todas as vítimas contraíram o vírus na Ilha Grande, onde estão sendo investigadas outras mortes suspeitas, entre elas a de dois turistas chilenos: Felipe Santander, de 35 anos, na sextafeira, e Ernesto Antonio Faúdez, de 20, ontem à tarde. À noite, a Argentina confirmou seu primeiro caso de febre amarela. Um jovem de 28 anos, que mora em Buenos Aires, também teria contraído a doença durante uma viagem à Ilha Grande. Em um comunicado, o Ministério da Saúde afirmou que o caso teve origem no Brasil.

O caso do argentino, que apresenta melhora no quadro de saúde, não foi incluído no boletim epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria estadual de Saúde — o órgão registra 77 diagnósticos confirmados, com 34 mortes.

AMOR PELO RIO

 Felipe Santander passava férias no Brasil com a namorada. Os dois estavam desde 29 de dezembro na Vila do Abraão, porta de entrada da Ilha Grande. No dia 8 deste mês, ele atualizou seu perfil no Facebook, colocando uma foto em que aparece fazendo malabares numa praia. “Esse foi o último retrato que fiz dele. Estava feliz. Esteve no Rio pela última vez, seu lugar favorito no mundo”, escreveu a namorada. O casal voltaria para o Chile este mês.

O outro chileno que teria contraído febre amarela, Ernesto Antonio Faúdez, foi levado, assim como Felipe, para o Hospital Federal dos Servidores do Estado, no município do Rio. Pelo Facebook, uma prima de Ernesto, Noemí Recabal Faúndez, buscava informações sobre a repatriação do corpo de seu parente.

A Secretaria estadual de Saúde informou ontem que aguarda resultados de exames laboratoriais para confirmar a causa da morte dos turistas. Um terceiro chileno está sob suspeita de infecção pelo vírus da febre amarela. Ele está hospitalizado no Rio.

Em nota, a prefeitura de Angra dos Reis informou que os casos de febre amarela que resultaram em mortes no município foram registrados nas praias de Matariz, do Sítio Forte, Longa, Passa Terra e Vermelha. Todas estão localizadas em uma região que é parada tradicional de barcos que fazem turismo na região. No entanto, um macaco morto, diagnosticado com a doença, foi recolhido na Praia da Parnaioca, do outro lado da ilha. Entre os moradores, o medo é que o número de pessoas infectadas seja maior que o divulgado por autoridades. Entre os casos suspeitos não incluídos no boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde está o de um morador da Praia do Aventureiro, que morreu.

Segundo o secretário de Saúde de Angra dos Reis, Renan Vinícius Santos de Oliveira, a campanha de vacinação contra a doença foi reforçada em todo o município. Na Ilha Grande, afirmou, 98% dos moradores já foram imunizados. No restante do município, esse percentual é menor: 65%.

— Há as pessoas que não podem ser imunizadas porque têm idade avançada ou problemas de saúde. Mas há também aquelas que não aceitam ser vacinadas. A irmã de um dos chilenos mortos contou que ele tinha sido alertado sobre o risco de contrair doença, mas se recusou a receber uma dose da vacina — disse Renan Vinícius.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio (ABIH-RJ), Alfredo Lopes, algumas cidades do interior do estado apresentaram uma queda acentuada na ocupação de quartos durante o carnaval por causa da febre amarela. Uma das principais operadoras de cruzeiros no país, a MSC, cancelou duas paradas de transatlânticos na Ilha Grande.

Além de Angra, houve mortes de febre amarela em Valença (seis), Teresópolis (seis), Nova Friburgo (três), Cantagalo (três), Rio das Flores (dois), Sumidouro (dois), Miguel Pereira (um), Paraíba do Sul (um), Carmo (um), Maricá (um) e Engenheiro Paulo de Frontin (um).