Clipping - Pesquisa encontra vírus da febre amarela em mais um mosquito
O Globo / Sociedade
16/02/2018
Cientistas ainda precisam de novos estudos para saber se espécie pode transmitir a doença
Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC) detectaram
a presença do vírus da febre amarela em outra espécie de mosquito além das dos
gêneros Haemagogus e Sabethes, principais transmissores da versão silvestre da
doença. A descoberta foi anunciada ontem por cientistas da instituição. O vírus
foi encontrado em exemplares da espécie Aedes albopictus (apelidada de “tigre
asiático”) capturados no ano passado em áreas rurais perto dos municípios de
Itueta e Alvarenga, em Minas Gerais, mas são necessários mais estudos para
saber se podem transmitir a doença.
— O encontro do vírus no mosquito Aedes albopictus não
significa necessariamente que ele adquiriu o papel de transmissor da febre
amarela. Por isso é preciso voltar a essas áreas para uma nova coleta de
mosquitos e avaliar a capacidade de transmissão deles — explicou o diretor do
IEC, Pedro Vasconcelos.
Diante da informação, o Ministério da Saúde reiterou que
não há registro de um ciclo urbano da febre amarela no país, cuja transmissão
se dá por mosquitos da espécie Aedes aegypti, os mesmos que transmitem dengue,
zika e chicungunha.
Ainda de acordo com a pasta, até agora não foram
encontrados A. aegypti infectados com o vírus da febre amarela e todos os casos
da doença registrados no Brasil desde 1942, inclusive os atuais, são
silvestres. Isso quer dizer que o vírus foi transmitido por vetores que existem
em ambientes de mata (Haemagogus e Sabethes), com os mosquitos também tendo sido
contaminados por um hospedeiro silvestre, no caso, macacos. Entre 1º de julho
de 2017 e 15 de fevereiro deste ano foram confirmados 407 casos de febre
amarela no país.
Os casos estão ocorrendo em áreas onde não era recomendada
a vacinação, portanto as pessoas estão suscetíveis — afirmou Vasconcelos.