Clipping - Crise na Saúde não tira ‘folguinha’: pacientes no Salgado Filho sofrem
Extra / Cidade
15/02/2018
Um inferno. Bala perdida, atropelamento, acidente de moto,
tiroteio no Jacaré. Salas e corredores superlotados. Este é o cenário da
emergência do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, descrito por
acompanhantes e profissionais de Saúde que passaram os dias de carnaval no
setor. Durante o feriadão, a crise não tirou folga. Pelo contrário, ela se
agravou.
— Meu marido deu entrada na sala vermelha no sábado à
noite, com um AVC. Não tenho queixa do atendimento, mas é muita gente para
atender e pouca gente para trabalhar. Os corredores estão lotados — descreveu
Sônia Staropolis, de 61 anos, que acompanha o marido, agora na sala amarela.
Já a técnica de enfermagem Nara Guimarães, de 39 anos,
chegou ao Salgado Filho na segunda-feira, levando o pai, Jovenil, de 78 anos,
há uma semana sem conseguir se alimentar.
— O carnaval foi um inferno. Domingo, trouxe meu pai para o
Salgado Filho. Ele foi internado no corredor, porque está tudo lotado. Passou o
dia e uma noite toda ali, até conseguir um leito na sala amarela. Mas, até
agora, só recebeu soro. Ele precisa de endoscopia para que os médicos decidam
sobre a colocação de sonda para ele poder se alimentar, mas o equipamento está
quebrado. Meu pai está sem comer — contou Nara.
Em nota, a direção do hospital disse que não tem indicação
de endoscopia de urgência para Jovenil e que o exame não é determinante para o
tratamento do paciente, internado em função de um AVC. E acrescentou que “a
unidade funciona com o quadro de profissionais completo e que as emergências
adulto e pediátrica, além da maternidade, estão abertas’’.