Clipping - Médico sequestrado e ambulância levada
Extra /
16/10/2017
Bandidos
invadem UPA da Maré em busca de socorro para um dos comparsas
Um grupo de criminosos invadiu a UPA do Complexo da Maré, na madrugada de ontem, com um comparsa ferido, e levou um médico e a ambulância para que ele atendesse o bandido em outro local. Um grupo de bandidos armados sequestrou um médico na madrugada de ontem, dentro da UPA do Complexo da Maré, na Zona Norte. O profissional foi obrigado a entrar numa ambulância da unidade, que foi roubada pelos criminosos, para acompanhar a transferência de um traficante baleado para outra unidade de saúde. A polícia suspeita que o bandido tenha sido levado para um hospital clandestino do tráfico. O episódio está sendo investigado pela 21ª DP (Bonsucesso).
PMs trocam tiros com bandidos que furaram uma blitz na
Avenida Brasil, altura de Bonsucesso. Após tiroteio, polícia apreende no local
um fuzil com a inscrição "Tropa do TH" Cerca de 50 bandidos armados
invadem a UPA da Maré, na Vila do João, em busca de atendimento para um
traficante baleado. Os criminosos exigem que o comparsa seja operado Avenida
Brasil A ambulância é deixada na UPA da Maré O motorista da ambulância da UPA
do Engenho Novo é acionado. Ao chegar à Maré, é retirado do veículo. Os
bandidos levam, então, o comparsa na ambulância com um médico dentro O médico é
libertado na Baixada Fluminense 1h Pouco antes da 1h 2h40 11h30 7h Socorro sob
a mira de armas 4 21 2 5 3
O caso ocorreu por volta de 1h de ontem. Cerca de 50
criminosos invadiram a UPA da Maré e exigiram que os profissionais atendessem
um bandido que tinha sido baleado em um dos braços. O tiro atingiu uma artéria
e seu estado de saúde era extremamente grave. Como o ferido precisava passar
por cirurgia, os médicos informaram que seria necessário transferi-lo para
outra unidade de saúde, já que a UPA não tem estrutura para esse procedimento.
Os traficantes, no entanto, queriam levá-lo para outro local, possivelmente um
hospital clandestino, utilizando a ambulância da UPA, o que não foi aceito
pelos profissionais.
Os criminosos retiraram o motorista da ambulância, um deles
vestiu seu jaleco e assumiu a direção do veículo. Como o estado de saúde do
paciente era extremamente grave, levaram um médico junto. O profissional foi
liberado pelos bandidos por volta das 7h deste domingo, na Baixada Fluminense.
Já a ambulância foi deixada na UPA da Maré por volta das 11h30.
Suspeita é de que TH tenha sido ferido
O motorista da ambulância prestou depoimento na 21ª DP (Bonsucesso). Ele afirmou que estava de plantão na UPA do Engenho Novo, quando recebeu ordem da administração para ir até a unidade da Maré, onde havia um baleado para ser transferido. Ao chegar à UPA, segundo o motorista, os criminosos tiraram dele as chaves da ambulância e seu jaleco, e entraram no veículo para transportar o criminoso baleado.
Ainda de acordo com o relato, o médico foi obrigado a
entrar na ambulância, que tinha GPS. O veículo será apreendido e passará por
perícia. O médico ainda será ouvido na delegacia.
A Polícia Civil suspeita que o baleado seja Thiago da Silva
Folly, o TH, um dos chefes do tráfico no Complexo da Maré. A polícia acredita
ainda que o traficante tenha sido ferido numa troca de tiros com policiais
militares do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) na Avenida
Brasil, altura de Bonsucesso, também na Zona Norte.
Os agentes faziam uma blitz na pista sentido Centro, quando
criminosos armados que estavam em um Renault Logan preto desobedeceram a ordem
de parada e atiraram contra os policiais. Houve confronto e um PM foi atingido
na barriga. Após a troca de tiros, os bandidos abandonaram um fuzil calibre 762
na saída 9B da Linha Amarela. A arma, que foi apreendida pela polícia, tem a
inscrição “Tropa do TH”. Em nota, a Secretaria estadual de Saúde informou que
“os profissionais que passaram por esse momento traumático” receberão todo o apoio
necessário.
Baleado no quintal de casa
Jackson de Souza Cordeiro, de 25 anos, dava ração para os
seus coelhos na região conhecida como Campo do Seu Zé, na Fazendinha, quando
uma bala perdida atingiu o seu braço-direito. Segundo o comando da UPP da Fazendinha,
policiais faziam patrulhamento pela Rua Austregésilo, por volta das 6h, quando
homens armados atiraram contra a guarnição. Houve confronto e os bandidos
fugiram. Em seguida, os agentes receberam a informação de que um homem tinha
dado entrada com ferimentos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão.
— O meu filho de 5 anos era a pessoa que estava mais perto
dele quando aconteceu. Na hora, ele não falou nada. Só ficou com os olhos
arregalados. Mas, quando chegamos no hospital, ele disse: ‘Mãe, eu achei que
meu pai tinha morrido’ — contou Mariana Reis, de 24 anos, mulher de Jackson: —
A gente conhece pessoas que já foram vítimas como ele, pois moramos no Alemão.
Mas nunca tinha acontecido conosco. Eu estou até agora com o meu corpo tremendo,
por causa do pavor que senti. Ele (o Jackson) está assustado ainda.
De acordo com Mariana, Jackson foi socorrido por um
vizinho:
— Na hora em que aconteceu, ele veio com a mão no braço sangrando. Eu fiquei apavorada, chamei a minha sogra, gritando. Ela jogou a roupa que estava recolhendo no chão, trouxe um pano e saímos desesperados para pedir ajuda.