Clipping - Sem cadeira de rodas, paciente se arrasta no chão para ir ao banheiro
O Dia /
07/01/2017
Doentes
que esperam por cirurgia denunciam situação de abandono em hospital estadual
Rio - “Para lá eu não volto mais. Prefiro morrer a ter que ir para aquele hospital de novo”, disse o caminhoneiro Weliton Muniz, de 41 anos. Internado desde o Natal no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, com ambos os calcanhares quebrados, o paciente teve que se arrastar pelo chão sujo da emergência para ir ao banheiro, por falta de uma cadeira de rodas.
Já em casa após ter sido operado na quinta-feira, depois de
denunciar as condições da unidade, Muniz relembra da experiência como uma
humilhação. “Estava com muita dor, por isso tomei a atitude drástica de ter que
me arrastar até o banheiro, podendo pegar uma doença. Só quero um pouco de
dignidade”.
O caminhoneiro reclamou ainda da limpeza do hospital: até
baratas correm pelo banheiro. “Uma fossa é mais limpa que aquele lugar”,
declarou ele, ao lembrar que suas duas filhas, de 17 e 11 anos, nasceram no
hospital. “Costumava ser uma referência. O Pezão afundou tudo”, completou.
Companheiro de ala de Muniz, o MC Rafael Pontes, 24, está
há mais de um mês internado com a perna quebrada, sem poder trabalhar. “Faço
trufas para vender e estou com o aluguel atrasado. Minhas duas filhas dependem
de mim”, lamentou. “É uma falta de respeito. Tem enfermeira que até te xinga se
você for pedir remédio. Para conseguir as coisas, tem que ser no grito”,
reclamou. O DIA não
obteve resposta da Secretaria estadual de Saúde sobre a situação do hospital. A
reportagem não conseguiu contato com a OS ISG, que administra a unidade desde
2014.