Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 3 - número 2 - 2024

57 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.3, n.2, p.7-64, mai-ago 2024 Testes diagnósticos em doenças infecciosas Fernando S.V. Martins et al. indicativa de infecção aguda, e a presença isolada de IgG, de infecção antiga. Os testes sorológicos são habitualmente utilizados com dois objetivos diferentes: o de avaliar a imunidade (ou suscetibilidade) para determinado agente e o de investi- gar a etiologia de um processo infeccioso agudo. No primeiro contexto, geralmen- te se utiliza uma amostra de soro para a determinação qualitativa da presença de anticorpo protetor (IgG). Essa informação pode ser útil para comprovar imunidade prévia para determinado agente que pode ter sido conferida pela doença natural ou por vacinação específica. No contexto da investigação etiológica, a demonstração da presença de anticorpos da classe IgM contra um agente é habitual- mente utilizada como evidência de infecção recente. Nos quadros infecciosos agudos, o esperado é que os anticorpos da classe IgM já estejam positivos após o quinto dia de sintoma. Alternativamente, são empre- gadas técnicas quantitativas para avaliar se está ocorrendo aumento significativo nos níveis de anticorpos séricos (IgG) entre amostras coletadas emmomentos diferentes (amostras pareadas com intervalo de 10 a 14 dias), correspondentes à fase aguda e convalescente e que devem (ideal) ser testadas simultaneamente. A demonstração de aumento de título de anticorpos (IgG) igual ou superior a quatro vezes entre as amostras (soroconversão) é uma evidência precisa de infecção recente. A sorocon- versão também é demonstrada quando a amostra aguda não é reativa e se detectam anticorpos (em qualquer título) na amostra Quadro 15 Sorologias frequentemente utilizadas na investigação de síndrome de mononucleose Doença ou condição Exames para detecção de anticorpos Mononucleose infecciosa (Epstein-Barr) Pesquisa de anticorpos heterofílicos (ou heterófilos) pelo Monoteste ou Monospot Pesquisa de IgM anticapsídeo por imunoensaio enzimático Pesquisa de IgG anticapsídeo por imunoensaio enzimático (amostras pareadas) Citomegalovirose Pesquisa de IgM por imunoensaio enzimático Pesquisa de IgG por imunoensaio enzimático (amostras pareadas) Toxoplasmose Pesquisa de IgM por imunofluorescência ou quimioluminescência Pesquisa de IgG por imunofluorescência ou quimioluminescência (amostras pareadas) Sífilis VDRL ou RPR para pesquisa de anticorpos não treponêmicos (inespecíficos) FTA-ABs para pesquisa de anticorpos treponêmicos (IgM e IgG) Infecção primária pelo HIV Pesquisa de anticorpos HIV 1 e 2 por imunoensaio enzimático* *Importante nesta fase: detecção de HIV-RNA por técnica molecular (PCR).

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