Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 3 - número 2 - 2024

51 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.3, n.2, p.7-64, mai-ago 2024 Testes diagnósticos em doenças infecciosas Fernando S.V. Martins et al. O estabelecimento destas categorias ba- seia-se na comparação do diâmetro da zona de inibição observada no TSA com tabelas padronizadas. Naturalmente que na seleção do antimicrobiano deve ser levada em consideração a farmacocinética do me- dicamento, uma vez que as concentrações obtidas nas doses utilizadas clinicamente podem, por exemplo, ser adequadas para o trato urinário e inadequadas para o sistema nervoso central. Métodos dilucionais Os métodos dilucionais para aferição da suscetibilidade aos antimicrobianos são quantitativos, sendo utilizados para a determinação da menor concentração do antimicrobiano (expressa em mg/mL) necessária para a inibição do crescimento bacteriano (CIM, concentração inibitória mínima). Podem ser realizados tanto em meio líquido como em ágar, empregando-se diluições seriadas do antimicrobiano. A utilização do ágar, por permitir a visuali- zação de características de crescimento em superfície, torna mais fácil a detecção de contaminação. O emprego do meio líquido, que é mais difundido, possibilita, através de subcultivo, determinar a concentração bactericida mínima (CBM). definida como a menor concentração do antimicrobia- no que é letal para pelo menos 99,9% do inóculo original. A disponibilidade no comércio de painéis de antimicrobianos, liofilizados ou congelados, representa uma simplificação da técnica de microdiluição, por permitir a testagem simultânea de múltiplos antimicrobianos. A CIM é a menor concentração do anti- microbiano capaz de inibir o crescimento visível do microrganismo nos tubos ou nas unidades das placas de microdiluição. Em geral, a categoria sensível é definida por CIM igual ou abaixo de 1/4 da concentração sérica máxima do medicamento alcançada em doses terapêuticas. A categoria inter- mediária inclui amostras com CIM que se aproxima da concentração obtida no sangue e tecidos corporais para as quais a resposta poderá não ser tão adequada quanto para os suscetíveis. A categoria resistente inclui microrganismos que não são inibidos com as concentrações sistêmi- cas do medicamento, obtidas nos esquemas terapêuticos usuais. Vários sistemas foram desenvolvidos que oferecem diferentes níveis de auto- matização para agilizar a identificação do crescimento de microrganismos e a determinação da suscetibilidade aos an- timicrobianos. Os sistemas automatizados baseiam-se, em geral, em medições fluori- métricas ou turbidimétricas para detecção do crescimento bacteriano emmeio líquido (microdiluição) e utilizam com frequência painéis padronizados de antimicrobianos disponíveis no comércio. A combinação de incubação rápida com leitura automatiza- da possibilita resultados em poucas horas (Quadros 13 e 14).

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