Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 3 - número 2 - 2024
78 Estado Atual do Tratamento do Câncer Colorretal Pedro Basilio Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.3, n.2, p.65-82, mai-ago 2024 Os pacientes foram randomizados (585 para FOLFOX – 5-fluorouracil, leucovo- rina e oxaliplatina-pré-operatória versus 543 para QT-RXT padrão de longo curso inicial). Os pacientes no braço FOLFOX receberam 6 ciclos de FOLFOX seguidos de reestadiamento. Os casos em que o tumor diminuiu de volume em menos de 20%, os pacientes receberam quimiorradiotera- pia (9,1% dos pacientes receberam isso). Quando o tumor diminuiu de tamanho em pelo menos 20%, os pacientes eram então encaminhados a cirurgia. A estratégia FOLFOX mostrou-se não inferior à quimiorradioterapia convencional em sobrevida livre de doença em 5 anos, que foi de 80,8% no grupo FOLFOX versus 78,6% no grupo de quimiorradioterapia convencional. A sobrevida global foi de 89,5% no grupo FOLFOX versus 90,2% no grupo convencional. A taxa de RL em 5 anos foi de 1,8% no grupo FOLFOX ver- sus 1,6% no grupo de quimiorradioterapia pré-operatória convencional, sugerindo que é seguro poupar estes pacientes das sequelas da radioterapia. (26) Terapia Neoadjuvante Total ou TNT Os tumores dos terços médio e inferior, especialmente os de risco para terem a indicação de uma amputação abdominope- rineal, tem boa chance de regressão signi- ficativa, ou até mesmo completa, com esta terapia. Ela é utilizada quando o objetivo foca a preservação do órgão. O conceito de TNT emergiu inicialmente com o intuito de complementação de todo o regime programado para quimioterapia, sem que as complicações operatórias e pós-operatórias interferissem na comple- mentação do regime quimioterápico (QT adjuvante). Desta forma, toda a dose de quimioterapia e radioterapia programada é administrada ao paciente antes da cirurgia com intenção curativa. Existem basicamente dois tipos de es- tratégia para TNT, sendo a quimioterapia precedendo a radioterapia (QT de indução) ou após a radioterapia (QT de consolidação). Quanto à radioterapia, esta pode obedecer também a dois esquemas, sendo o primeiro de radioterapia de longo curso, associada a radiossensibilização (geralmente 25 fra- ções) ou radioterapia de curso rápido (5 doses mais elevadas emmenos de 08 dias). Esta abreviação do tempo de radiote- rapia, estudada no RAPIDO trial, pode facilitar a quimioterapia de consolidação mais precoce, combatendo a possibilidade de metástases com maior brevidade; seus resultados apontam para 28% de resposta clínica completa versus 14% com a qui- miorradioterapia convencional. Vale acres- centar que a toxicidade do esquema não é significativamente superior ao esquema convencional de neoadjuvância. (27) A atualização do substancial estudo OPRA trial realizado no Memorial Sloan Ketering Cancer Center nos EUA mos- trou a superioridade da quimioterapia de consolidação para resposta completa e
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