Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 3 - número 2 - 2024
75 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.3, n.2, p.65-82, mai-ago 2024 Estado Atual do Tratamento do Câncer Colorretal Pedro Basilio puborretal, tambémdenominado anel anor- retal. Esta medida será fundamental para determinar a segurança em realizar anas- tomoses colorretais baixas ou coloanais. O comprometimento do músculo pu- borretal é geralmente indicativo da ne- cessidade de se realizar uma amputação abdominoperineal, em casos refratários à terapêutica neoadjuvante. Outros fatores prognósticos detectá- veis por ressonância magnética incluem tumores T4, invasão vascular extramural e a visualização de depósitos tumorais no mesorreto, que podem ser difíceis de dife- renciar de linfonodos. É importante ressaltar que a identificação de um linfonodo comprometido é umgrande desafio aos exames de imagem; as acuidades nesta determinação são de 55% a 74% para a TC, 67% a78% para o US endoanal e 66% a 76% para a ressonância magnética. (21) Para avaliar a doença metastática, a TC de tórax e abdome com contraste é o método de escolha, reservando-se a RMpara dirimir dúvidas em imagens controversas da TC. No fígado podemos lançar mão de RM com contraste hepato específico, como é o caso do Gadoxetato Dissódico (Primovist ® ), que tor- na as imagens mais claras para diagnóstico. O PET/CT é útil nos casos em que se tem doença metastática ressecável com intenção curativa com o objetivo de afas- tar a existência de outras lesões ainda não detectadas e assegurar uma cirurgia R0, ou seja, sem doença residual. Em relação ao sistema TNM, revisto na sua oitava edição, as particularidades no câncer de reto incluem a definição de linfonodo positivo, que é aquele que contém mais de 20 clusters de células malignas ou metástases com mais de 0,2mm, sendo assim considerado como N1. Quando detec- tados depósitos tumorais, será N1c, e passa para estágio III. As metástases peritoneais são consideradas M1c. Após o tratamento com neoadjuvância, comumente indicado nos tumores do reto, deverá se proceder a um reestadiamento, para então consolidar a decisão terapêu- tica. Este reestadiamento pode inclusive detectar uma resposta clínica completa e afetar sobremaneira a decisão terapêutica. Basicamente são os mesmos exames de estadiamento, realizados novamente. Ressecção Transanal de Tumores de Reto As indicações para retirada destas le- sões por acesso transanal seguem a mesma regra das lesões excisadas por via endos- cópica, ou seja, são lesões de comprome- timento superficial, não ultrapassando, em profundidade, a porção superficial da camada submucosa do reto (pT1 e pSm1). Estas técnicas podem também ser utili- zadas para ressecções paliativas em tumo- res mais avançados, em pacientes com alta morbidade para ressecções mais extensas. Para a adequada seleção das lesões a serem abordadas localmente, é importante
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