Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 3 - número 2 - 2024
74 Estado Atual do Tratamento do Câncer Colorretal Pedro Basilio Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.3, n.2, p.65-82, mai-ago 2024 a serem adotados conforme a expertise da equipe e da experiência da instituição, além de se considerar também o quadro clínico e demais condições do paciente. Pode ser realizado apenas um estoma para descompressão ou a descompressão endos- cópica com a colocação de um stent para melhora clínica e preparo de cólon, para então se proceder a cirurgia definitiva em um segundo tempo. Existe também a possibilidade de ser realizada a colectomia com linfadenectomia, caso as condições do paciente assim o permitam. Já nas obstruções de cólon transverso e direito, a cirurgia definitiva de ressec- ção segmentar com anastomose primária tende a ser a forma segura e eficiente de conduzir estes casos. CÂNCER DE RETO Em geral existe uniformidade nos textos médicos sobre câncer de cólon e reto sob a égide de câncer colorretal, no entanto no que se refere aos aspectos comportamento, tratamento e prognóstico, existemmuitas di- vergências, assim como em relação à função e qualidade de vida pós-tratamento entre o tratamento do câncer de cólon e o do reto. O diagnóstico envolve o toque retal, pois, no caso de especialistas com boa experiên- cia, a correlação com os demais exames de imagem é bastante alta, na ordem de 75%, e pode antecipar expectativas do paciente e familiares quanto ao que esperar do tra- tamento e suas consequências. O exame endoscópico com biópsia define o diagnóstico, e é desejável que se proce- da a colonoscopia completa para afastar doença maligna sincrônica ou mesmo ou- tros pólipos adenomatosos. Nos casos de obstrução ou impossibilidade de passagem do colonoscópio a colografia por TC pode ser usada para avaliar o restante do cólon. Nos casos de cirurgia de urgência, como por exemplo nas obstruções, a colonoscopia completa deve ser programada tão logo seja possível. Estadiamento No que se refere ao estadiamento, a gama de exames a serem realizados é basi- camente a mesma, porém no caso do câncer de reto a ressonância pélvica é ponto chave para a decisão terapêutica, assim como o será para o controle pós-tratamento. A ultrassonografia transanal tridimensional é indicada nas lesões que estão entre T1 e T2, para adicionar acuidade à ressonância. A ressonância magnética tem papel fundamental, visto que pode predizer uma margem circunferencial livre de doença, pois a fáscia mesorretal é claramente iden- tificada ao método. Também serve como fator prognóstico, uma vez que a distância da margem externa do tumor até a fáscia mesorretal se correlaciona de maneira di- reta com a probabilidade de recidiva local. A ressonância também é capaz de de- terminar a distância da margem distal do tumor para a superfície proximal domúsculo
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