Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 3 - número 2 - 2024

72 Estado Atual do Tratamento do Câncer Colorretal Pedro Basilio Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.3, n.2, p.65-82, mai-ago 2024 identificar o(s) linfonodo(s) (1 a 4 linfono- dos) que recebe(em) drenagem direta do tumor e proceder neste(s) um escrutínio em busca de micrometástases que podem ser responsáveis pela falha terapêutica. Ocorre que pacientes estudados de maneira habitual no anatomopatológico podem ser considerados N0 (sem metás- tase linfonodal), entretanto, num estudo minucioso de multissegmentação deste linfonodo, em até 13% dos casos é possível detectar micrometástases, que não seriam diagnosticadas pelos métodos convencio- nais, e assim referir estes pacientes para a quimioterapia adjuvante e conseguir um ganho de sobrevida. (11) Nos casos em que o tumor é extrema- mente avançado e invade a parede abdo- minal e/ou órgãos adjacentes, a conduta é ressecar “embloco” commargens negativas. Geralmente este planejamento pode ser feito antes da cirurgia orientado pelas imagens obtidas de TC ou ressonância magnética. Estes são os casos em que se considera a neoadjuvância para redução das dimensões tumorais. (10) CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA Outro ponto importante é lembrar que, caso disponível, a cirurgia minimamente invasiva, seja ela laparoscópica ou robótica, determina uma qualidade de vida no pós- -operatório imediato claramente superior, com menor morbidade cirúrgica, além de menos dor, internação mais curta e retorno mais breve às funções cotidianas, valendo ressaltar que os resultados oncológicos já foram comprovados equivalentes em múl- tiplos estudos randomizados e controlados pelo mundo, sendo os exemplos mais clás- sicos o COLLOR e o CLASSIC trial. (12,13) Quanto à superioridade de abordagem robótica versus laparoscópica para o câncer do cólon, embora haja estudos sugerindo, não há comprovação científica de superiori- dade até o momento. Isso, apesar de alguns estudos demonstrarem indícios de melhores resultados especialmente em colectomias direitas com anastomose sendo realizadas de forma intracorpórea. (14) NEOADJUVÂNCIA NO CÂNCER DE CÓLON O estudo FOxTROT realizado de forma prospectiva por centros britânicos mostrou superioridade oncológica, em pacientes cT3-4 N0-3 M0, de neoadjuvância com esquemas baseados em oxaliplatina, no que diz respeito à recorrência local e per- sistência de doença (14% versus 17,5%). (15) Paciente com tumores cT3-4 e/ou N2 foram randomizados para cirurgia seguida de quimioterapia adjuvante ou quimiote- rapia neoadjuvante seguida de cirurgia e quimioterapia adjuvante a seguir. Os resul- tados mostraram sobreposição de desfechos oncológicos. Este foi o PRODIGE 22 trial. (16) Um levantamento do National Can- cer Database americano mostrou melhor

RkJQdWJsaXNoZXIy ODA0MDU2