Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 3 - número 2 - 2024

71 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.3, n.2, p.65-82, mai-ago 2024 Estado Atual do Tratamento do Câncer Colorretal Pedro Basilio doença residual, a chamada ressecção R0, que é o desejado nas cirurgias adequadas do ponto de vista oncológico. (8) DIAGNÓSTICO Após o diagnóstico geralmente feito por colonoscopia com biópsia, temos o cuidado de solicitar o estudo da biologia tumoral, interessando a avaliação das enzimas de reparo do DNA conforme descrito anterior- mente neste artigo. O objetivo é determinar se o tumor é considerado estável ou tem sig- nificativa instabilidade de microssatélites, o que identifica os tumores MMRd (cerca de 15%) que respondem bem à imunoterapia. (9) ESTADIAMENTO Para efetuar o estadiamento é necessária a realização de tomografia computadoriza- da de tórax, abdome e pelve com contraste oral e venoso. É importante ressaltar que a tomografia computadorizada por emissão de pósitrons (PET-CT) não está validada como exame de estadiamento inicial nem nos Estados Unidos pela ASCO (Ameri- can Society of Clinical Oncology), nem na Europa, pela ESMO (European Society of Medical Oncology). O estadiamento final deve ser realizado após a cirurgia, com o resultado do exame histopatológico determinando o grau de diferenciação celular, a profundidade de invasão na parede do órgão, os depósitos tumorais, a invasão vascular e linfática, as margens de ressecção e os linfonodos locorregionais. É utilizado o sistema TNM e suas atualizações. TRATAMENTO CIRÚRGICO A extensão da ressecção do cólon cor- responde à irrigação sanguínea do seg- mento acometido pelo tumor, o que de- terminará a linfadenectomia adequada a cada segmento colônico, observando-se uma margem de segurança de 5cm a 7cm de mucosa íntegra. (8) A dissecção deve ser feita cranialmente até a origem do vaso nutridor da região do tumor. Por exemplo, desde que não haja sus- peita de linfonodo acometido fora do campo padrão de ressecção, em um câncer de cólon do lado direito, o tronco ileocólico, a artéria cólica direita (quando presente) e o ramo direito da artéria cólica média são seccionados em suas origens. Para um câncer de cólon sigmoide, a artéria retal superior e a artéria cólica esquerda são ligadas e seccionadas em suas origens, e a veia mesentérica inferior é interrompida próximo à borda inferior do pâncreas. A ressecção deve ser realizada com preservação da integridade do mesentério colônico. Como o número total de linfonodos avaliados presentes na peça cirúrgica é associado à sobrevida global, o exame linfo- nodal deve ser o mais completo possível. (10) Existem técnicas para melhorar a acui- dade do estudo histopatológico destes linfo- nodos. Conservando estes mesmos critérios de realização da linfadenectomia, pode-se

RkJQdWJsaXNoZXIy ODA0MDU2