Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 3 - número 2 - 2024

68 Estado Atual do Tratamento do Câncer Colorretal Pedro Basilio Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.3, n.2, p.65-82, mai-ago 2024 Alterações no MSI ou nos genes MMR (ou ambos) são frequentemente observa- das em pessoas com síndromes genéticas, como a síndrome de Lynch (HNPCC). A maioria dos CCRs não tem alto percentual de instabilidade de microssatélites, e são os chamados cânceres estáveis. As principais razões de se testar a ins- tabilidade de microssatélites e a presença dos genes de reparo do DNA são definir se determinados medicamentos imunote- rápicos podem ser opções de tratamento e identificar pessoas que devem ser testadas para a síndrome de Lynch. Pessoas com síndrome de Lynch estão em maior risco para alguns outros tipos de câncer, por exemplo o câncer de endométrio em mu- lheres. Além de identificar familiares que devem ser investigados para o diagnóstico de câncer. (5) Estadiamento do Câncer Colorretal Os exames para estadiamento do CCR se destinam a avaliar a extensão da doen- ça tanto em caráter locorregional, quanto à distância (metástases). Nesse sentido, o sistema TNM ainda é o mais utilizado para a escolha do tratamento e determinação do prognóstico da doença. A tomografia computadorizada (TC) de tórax, abdome e pelve e a dosagem de antígeno carcinoembrionário (CEA) são os pilares deste estadiamento, reservando-se a ressonância magnética (RM) para escla- recer imagens controversas na TC. Tanto a American Cancer Society (ACS) quanto a American Society of Clinical Oncology (ASCO) utilizam o sistema TNM da American Joint Committee on Cancer (AJCC), que de fato é o mais aceito e uti- lizado ao redor do mundo. (6) Neste sistema leva-se em consideração três características a serem avaliadas. A primeira é o T de tumor, que é avaliado segundo o grau de penetração na parede intestinal; a segunda é o N, de acordo com o número e topografia dos linfonodos aco- metidos; e o terceiro se refere à presença de metástases à distância. Quadros e tabelas discriminando cada estágio e cada característica aqui citados podem ser acessados e consultados, con- forme consta na bibliografia deste artigo. (6) TRATAMENTO DO CÂNCER DE CÓLON Câncer de Cólon Precoce Como em todo tratamento de câncer, as evoluções e resultados de ensaios clínicos surgem a cada momento, esperando por validação em suas continuidades ou em novos ensaios mais consistentes. O que pretendemos agora é discorrer sobre o tratamento atual do câncer de cólon. Com a implementação de sistemas de rastreamento do CCR, cada vez mais são diagnosticadas lesões em estágio precoce, portanto passíveis de excisão local com cri- térios de cura. Em seus estágios iniciais, o câncer de cólon, assim como de reto, pode

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