Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 3 - número 2 - 2024
67 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.3, n.2, p.65-82, mai-ago 2024 Estado Atual do Tratamento do Câncer Colorretal Pedro Basilio de risco, como história familiar de câncer colorretal ou doença inflamatória intestinal. Para indivíduos hígidos e expectativa de vida superior a 10 anos, o rastreamento regular do câncer colorretal deve seguir até os 75 anos. Para pessoas com idades entre 76 e 85 anos, a decisão de ser rastreada deve ser baseada nas preferências individuais, expectativa de vida, saúde geral e históri- co de rastreamento anterior. Pessoas com idade superior a 85 anos não devem mais fazer o rastreamento do câncer colorretal. (4) Pacientes com história pessoal ou fami- liar de CCR, pacientes portadores de póli- pos no passado, doença inflamatória intes- tinal e portadores de síndromes genéticas têm seu acompanhamento pormenorizado de acordo com o profissional especialista que os acompanha. O padrão ouro é a colonoscopia, porém outros testes podem ser usados neste ras- treamento, dependendo da disponibilidade de acesso do paciente. Teste de sangue oculto nas fezes (guáiaco) ou teste imu- no-histoquímico fecal (FIT) podem ser feitos anualmente. O teste de DNA fecal multitarget (mFIT) pode ser feito a cada 3 anos. A retossigmoidoscopia ou a colo- nografia por tomografia computadorizada (colonoscopia virtual) podem ser feitas a cada 5 anos, porém na positividade de qualquer dos testes citados a colonoscopia deve ser feita de imediato. (5) O que vai confirmar o diagnósti- co do CCR será o resultado do estudo anatomopatológico do fragmento removido através da coleta durante a colonoscopia. Atualmente, é necessária uma atualização na avaliação das características que devem ser estudadas no material enviado ao labo- ratório e que influenciam não apenas no prognóstico, mas sobretudo no tratamento deste paciente. Testes Moleculares Se o câncer for avançado, alterações genéticas e proteicas específicas devem ser testadas para elucidar o papel dos fárma- cos alvo como boas opções de tratamento. Por exemplo, mutações nos genes KRAS, NRAS e BRAF neutralizam a ação dos medicamentos EGFR, que inibem a proli- feração vascular nos tumores. Atualmente, pesquisas têm mostrado várias alterações genéticas e proteicas que interferem na resposta aos medicamentos antineoplásicos. Testes de Instabilidade de Microssatélites (MSI) e Defeito no pareamento das enzimas de reparo do DNA (MMR) As amostras de biópsia de câncer co- lorretal deverão ser testadas para checar a presença de alto número de alterações ge- néticas chamadas instabilidade de micros- satélites (MSI). Os testes também podem ser feitos para verificar se há alterações em qualquer um dos genes de reparo de DNA (MMR) ( MLH1 , MSH2 , MSH6 e PMS2 ) ou nas proteínas que eles codificam.
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