Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 3 - número 2 - 2024
11 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.3, n.2, p.7-64, mai-ago 2024 Testes diagnósticos em doenças infecciosas Fernando S.V. Martins et al. Agente etiológico é o microrganismo causador de uma determinada doença in- fecciosa . Invasividade é a habilidade de penetração e disseminação de um agente infeccioso em um hospedeiro. Patogenici- dade é a capacidade do agente de causar doença. Virulência designa o grau de lesão decorrente da ação do agente infeccioso. Mecanismos de transmissão dos agentes infecciosos Os seres humanos são, comumente, a principal fonte dos microrganismos capa- zes de infectá-los. (15) A infecção pode ser de natureza endógena, quando o agente invasor é um componente da microbiota residente do próprio indivíduo suscetível (p.ex. , sepses por Escherichia coli oriunda do trato intestinal) ou de natureza exógena, quando o agente invasor é proveniente de fonte externa (outro indivíduo infectado, água ou alimento contaminado, vetores). A transmissão dos agentes infecciosos de um indivíduo para o outro pode ocorrer de diversas formas. Uma parcela significa- tiva das infecções é adquirida basicamente através do contato direto entre a fonte (portador do agente infeccioso, doente ou assintomático) e o suscetível (não imune), como ocorre entre parceiros no caso das infecções sexualmente transmissíveis (go- norreia, sífilis, herpes genital, aids) e na transmissão vertical da mãe para o filho. O contato próximo também é fundamen- tal no caso de agentes infecciosos que se transmitem através de gotículas de secre- ção rinofaríngeas (produzidas pela tosse, espirro, no ato de assoar o nariz), tal como ocorre com os agentes da gripe, da covid-19, da coqueluche, do sarampo, da varicela, da caxumba, da rubéola, da difteria, da meningite meningocócica, entre outros. Além disso, alguns agentes são capazes de permanecer viáveis no interior de pequenas partículas em suspensão no ar (aerossóis) e podem ser inalados por outros indivíduos suscetíveis, mesmo quando a fonte de con- taminação ambiental não está efetivamente próxima no momento da transmissão, como ocorre com relativa frequência na tuber- culose, e na varicela. A transmissão pode também ocorrer indiretamente. Certos agentes sobrevivem, e alguns podem multiplicar-se, em veícu- los como a água e alimentos, que ao serem ingeridos possibilitam a propagação de infecções (hepatite A, hepatite E, poliomie- lite, febre tifoide, cólera, diarreias, doença de Chagas etc.). Além disto, materiais de natureza biológica (sangue e derivados) também podem veicular a transmissão de infecções (hepatite B, hepatite C, infec- ção pelo HIV, malária, doença de Chagas etc.) após transfusões de hemoderivados, acidentes perfurocortantes, exposição de mucosas, compartilhamento de agulhas e de objetos cortantes. A transmissão pode envolver a par- ticipação de vetores. Os vetores podem ser mecânicos, servindo apenas de meio de transporte do agente até o indivíduo
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