Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 3 - número 1 - 2024
9 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.3, n.1, p.7-18, jan-abr 2024 Importância do Microbioma Intestinal em Gastroenterologia Maria do Carmo Friche Passos As populações de microrganismos sofrem variações ao longo do TGI de acordo com o pH, conteúdo de bile e tempo de trânsito intestinal. (6-8) A distribuição da microbiota varia de acordo com a sua localização no tubo digestivo. No estômago e duodeno, por exemplo, em decorrência do suco gástrico ácido e enzimas pancreáticas, a densidade bacteriana é bastante baixa, contudo vai gradativamente aumentando no intestino delgado distal, alcançando a maior concen- tração (10 11 -10 13 bactérias/g) no cólon, onde predominam os anaeróbios. (9,10) Vários fatores como o tipo de parto e de aleitamento, o estilo de vida, a dieta, o uso de medicamentos, as condições higiênicas e ambientais são capazes de interferir direta- mente no perfil da microbiota intestinal, que vai se modificando de forma individualizada nos primeiros anos de vida, tornando-se na idade adulta de maior complexidade e relativa estabilidade. (6,7,10) Desse modo, a composição tanto quantitativa como qua- litativa da microbiota intestinal é de fun- damental importância, determinando um papel protetor à saúde do hospedeiro. (7,10-12) Figura 1 Relação entre disbiose e doenças do ser humano: Possível relação do microbioma intestinal com doença do ser humano (disbiose). DII: Doença inflamatória intestinal; DFGI: Doenças funcionais gastrointestinais; DHGNA: Doença hepática gordurosa não alcoólica. Adaptado de Singhvi M, et al. Indian J Microbiol. 2020;60:26-36 (10)
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