Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 3 - número 1 - 2024

40 Pancreatite Aguda - Definição, Patogênese, Classificação, Diagnóstico José Marcus Raso Eulálio et al. Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.3, n.1, p.28-50, jan-abr 2024 que se resolve dentro de 48 horas ou presença de complicações locais (ne- crose estéril ou infectada) sem falência orgânica persistente ƒ Pancreatite aguda severa - insuficiên- cia orgânica persistente (> 48 horas): órgão único ou múltiplos órgãos 2. Fases evolutivas Existem duas fases evolutivas reconhe- cidas na pancreatite aguda: ƒ Fase precoce - predomina na primeira semana de doença. Caracterizada por alterações funcionais sem relevância de possíveis alterações morfológicas. Pode ocorrer hipotensão, choque, dis- túrbios de coagulação e insuficiência multiorgânica, em geral sem concomi- tância de infecção, apenas por inten- sa e inadequada liberação de fatores inflamatórios na microcirculação. A Classificação de Atlanta revisada pre- coniza que seja utilizado o sistema de pontuação modificado de Marshall (17,18) para caracterização da insuficiência orgânica centrada nos sistemas cardio- vascular, respiratório e renal. ƒ Fase tardia - predomina após a primeira semana. Caracteriza-se por alterações morfológicas, as quais podem gerar con- sequências sistêmicas devido à infecção da necrose pancreática. Pode também haver persistência da falência orgânica iniciada na fase precoce. Os exames de imagem passam a ser fundamentais para a definição de condutas, uma vez que consequências morfológicas sobre o pâncreas e o abdome como um todo po- derão estar justificando a eventual piora ou ausência de melhora do paciente. 3. Alterações estruturais ƒ Pancreatite intersticial edematosa: (15) caracterizada por inflamação difusa do pâncreas. A tomografia revela aumento do volume do órgão com realce homogê- neo do parênquima, algumas vezes com acometimento da gordura peripancreá- tica. Geralmente associada a quadros leves, apresenta baixa mortalidade. ƒ Pancreatite necrotizante: (15) caracteriza- da por necrose do parênquima pancreá- tico e dos tecidos peripancreáticos. A tomografia revela áreas hipodensas não realçadas por contraste venoso em três possibilidades: no interior do parênqui- ma, apenas nos tecidos peripancreáticos, ou em ambos. Apresenta mortalidade e nível de gravidade associados com a quantidade e localização da necrose, sendo a localização intrapancreatica a mais letal. 4. Complicações locais São alterações intra e peripancreáticas identificadas e monitoradas por imagem, especialmente a tomografia computadori- zada. São definidas pelo tempo de evolução, sendo classificadas comoCOMPLICAÇÕES AGUDAS quando possuem até quatro

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