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PARECER CREMERJ N. 98/2001

INTERESSADO: Dr. C. A. P.
RELATORES: Dr. Oscar Brandão Lira
                          Dr. Savino Gasparini Neto
                          Dr. Felício Roque Falci
                          Dr. José Fernando Barbosa de Siqueira
                          Cons. Guilherme Eurico Bastos da Cunha
                          Câmara Técnica de Cirurgia Geral e Trauma do CREMERJ

QUESTÕES ACERCA DA TÉCNICA DE GASTROPLASTIA REDUTORA PARA O TRATAMENTO CIRÚRGICO DA OBESIDADE MÓRBIDA

EMENTA: Informa que a gastroplastia redutora, para tratamento de obesidade mórbida, não é mais considerada como cirurgia  experimental. Esclarece   que,  inicialmente, usava-se a cirurgia convencional a céu aberto e posteriormente por videolaparoscopia.  Enumera os benefícios advindos desta cirurgia.

CONSULTA: Profissional médico solicita parecer do CREMERJ quanto à técnica de Gastroplastia Redutora, a qual é utilizada para o tratamento cirúrgico de Obesidade Mórbida. Questiona se a mesma é considerada como procedimento experimental.

PARECER: Em resposta ao protocolo acima mencionado, a Câmara Técnica de Cirurgia Geral e Trauma do CREMERJ tem a relatar que este procedimento cirúrgico não é mais, no momento presente, uma técnica experimental.

Para tanto, acrescentamos, para fundamentar a resposta, que a obesidade é uma entidade nosológica que vem preocupando pacientes e médicos. Há muito tempo, os mais variados métodos de tratamento clínico, medicamentoso, dietético e os baseados em atividades físicas são de eficácia discutível.

A educação alimentar é um grande passo para o controle de peso. Mas esta educação passa por um ponto crítico que é a saciedade, que tem que ser precoce, pois senão o obeso descarrega suas frustrações e ansiedades na comida.

A indicação da cirurgia é feita quando o obeso tem um Índice de Massa Corporal maior que 40kg/m² ou 35kg/m² se houver co-morbidade associada.

A cirurgia da obesidade teve início após 1940, com um grande período de operações que visavam diminuir a superfície de absorção do intestino delgado, como derivação jejuno cólico ou jejuno ileal (Scott e Payne). Posteriormente vieram as técnicas mistas, com destaque maior para derivação bílio pancreática pela proposta de Scopinaro.

Estas operações obtiveram bons e maus resultados, proporcionando um emagrecimento às custas de redução do processo desabsortivo de nutrientes.

As cirurgias restritivas tiveram seu início com Mason, que faz uma gastroplastia vertical, confeccionando um tubo gástrico calibrado com um anel gástrico não ajustável. Há alguns anos, a cirurgia restritiva e menos absortiva, pela técnica de Capela, vem sendo uma das mais utilizadas em todo o mundo, tendo excelente aceitação no meio médico e entre os pacientes.

As infecções e deiscência de sutura tiveram um declínio acentuado com a descoberta de novos antibióticos e com o advento dos grampeadores lineares. A era de experiência das gastroplastias já vai muito longe, pois sua utilização já de muito está consagrada.

Os benefícios que vão acontecer pela perda de peso a estes pacientes, lhes trará  bem estar com acentuada melhora da qualidade de vida, com baixo risco cirúrgico. A acentuada melhora clínica pela perda ponderal trará diminuição da glicemia entre os diabéticos, do colesterol, dos triglicerídios, do ácido úrico, da pressão arterial e do risco de doença arterial coronária (D.A.C.); aliviará as artropatias e artralgias e melhorará sua auto-estima.

Atualmente, as cirurgias de Capela e Scopinaro já são feitas através da videolaparoscopia, o que beneficia o paciente no que diz respeito a sua pronta recuperação. O método de abordagem muda, mas a técnica operatória continua a mesma.

Há quase duas décadas que a introdução da banda gástrica ajustável entrou no arsenal cirúrgico de combate à obesidade mórbida. Inicialmente, por cirurgia convencional a céu aberto e posteriormente por videolaparoscopia. Este método da banda gástrica é puramente restritivo. Aguardamos, no entanto, a chancela do tempo para que sejam avaliadas possíveis complicações deste procedimento a médio e longo prazo.

Devemos considerar, também, a colocação dos balões intragástricos por via endoscópica que funcionam reduzindo o volume da cavidade gástrica, dando sensação de plenitude. Esta modalidade sim, em nosso ponto de vista, ainda é experimental. Tem a grande vantagem sobre as outras por ser de mais fácil execução e a qualquer manifestação idiosincráfica pode ser removida facilmente. Também apresenta pequeno percentual de morbidade e mortalidade, comparada as demais técnicas.

Tal cirurgia a ser proposta e executada deverá contar com equipe multiprofissional, da qual são indispensáveis, além da equipe cirúrgica, o endocrinologista, psicólogos, psiquiatras, clínicos, bem como o hospital deve contar com instalações especiais para internação de tais pacientes.

A indicação operatória está relacionada ao IMC: quanto maior este Índice, maior a indicação para a gastroplastia.

(Aprovado em Sessão Plenária de 07/03/2001)


Não existem anexos para esta legislação.

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