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PARECER CREMERJ N. 132/2003

INTERESSADA: Dra. V. P. B.
RELATORES: Cons. Francisco Manes Albanesi Filho
                          Câmara Técnica de Cardiologia do CREMERJ
                          Cons. Cantídio Drumond Neto
                          Cons. Jorge Wanderley Gabrich
                          Comissão Disciplinadora de Pareceres do CREMERJ
                
QUESTÕES RELATIVAS AO DESENVOLVIMENTO DA ESTENOSE AÓRTICA GRAVE

EMENTA: Esclarece que Estenose Aórtica é a redução da área da valva aórtica inferior a 2,6 cm², provocando sobrecarga do ventrículo esquerdo ao seu esvaziamento na aorta. Informa que tem como principais etiologias a congênita, a infecciosa e a degenerativa  e que pode ser sintomática ou assintomática.

CONSULTA: Consulta encaminhada pela Excelentíssima Dra. V. B., Juíza de Direito, a qual requisita do CREMERJ esclarecimentos acerca do desenvolvimento da estenose aórtica grave, especificamente no caso da Sra. M. L. L. S., que apresentou a lesão supracitada 4 (quatro) meses após a assinatura de Contrato desta com a AMIL Assistência Médica Internacional Ltda.

 PARECER:

Fundamentação
Estenose Aórtica é a redução da área da valva aórtica inferior a 2,6 cm², provocando sobrecarga do ventrículo esquerdo ao seu esvaziamento na aorta.

Tem como principais etiologias a congênita (mais freqüente), a infecciosa (conseqüente à febre reumática) e a degenerativa (calcificação valvar Senil).

Pode ser quantificada nos graus: leve, moderada e grave, de acordo com o gradiente de pressão sistólica entre o ventrículo esquerdo e a aorta, sendo considerado grave com gradiente > 50 mmHg, que corresponde a área valvar aórtica < 0,9 cm².

A estenose aórtica poderá ser assintomática ou sintomática. Na forma assintomática o primeiro sintoma poderá ser o de morte súbita ( 3 - 5 %).

Na forma sintomática as manifestações clínicas se exteriorizam por: angina do peito, insuficiência ventricular esquerda, síncope de esforço e por morte súbita ( 10 - 15 % ).

O tempo médio de desenvolvimento da estenose aórtica para a forma grave é variável, podendo nos pacientes de origem congênita levar décadas, pois a maioria dos mesmos em forma grave é de adultos, com faixa etária entre 50 - 60 anos, quando as alterações degenerativas se expressam com maior intensidade. Assim, paciente com estenose aórtica poderia ser assintomático por muitos anos e à medida que o orifício valvar for diminuído de tamanho, torna o paciente sintomático evoluído da forma leve à grave. Outra evolução menos freqüente é  da forma leve à grave em poucos anos, principalmente quando associado a outras doenças que acometem o ventrículo esquerdo.

Pode a doença cursar sem sintomas e ser identificada apenas quando o paciente se submete a um exame cardiológico. Por conseguinte, não podemos excluir a possibilidade de que este fosse o caso da paciente e que a mesma poderia até não ter conhecimento de cardiopatia quando foi assinado o Contrato com a AMIL.

CONCLUSÃO: Observamos que a Fundamentação acima, elaborada pela Câmara Técnica de Cardiologia, aborda de maneira objetiva a lesão orovalvar aórtica obstrutiva. No entanto, o fato de não ter sido feito exame admissional da paciente pelo Plano de Saúde e a possibilidade, embora pouco provável, de a paciente ser assintomática e não saber anteriormente da presença de doença cardiovascular prévia torna polêmico o assunto e só o discernimento da Meritíssima Juíza saberá avaliar de forma adequada a solução mais justa.

É o parecer; s. m. j.

(Aprovado em Sessão Plenária de 02/07/2003)

 


Não existem anexos para esta legislação.

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