DOENÇAS INFECIOSAS E PARASITÁRIAS – GUIA DE BOLSO
Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 271 Leishmaniose Tegumentar Americana CID 10: B55.1 43 A SPECTOS C LÍNICOS E E PIDEMIOLÓGICOS Descrição - Doença infecciosa, não contagiosa, causada por proto- zoários do gênero Leishmania , de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas. É primariamente uma infecção zoonótica que afeta outros animais que não o homem, o qual pode ser envolvido secun- dariamente. A doença cutânea apresenta-se classicamente por pápulas, que evoluem para úlceras com fundo granuloso e bordas infiltradas em moldura, que podem ser únicas ou múltiplas, mas indolores. Também pode manifestar-se como placas verrucosas, papulosas, nodulares, loca- lizadas ou difusas. A forma mucosa, secundária ou não à cutânea, carac- teriza-se por infiltração, ulceração e destruição dos tecidos da cavidade nasal, faringe ou laringe. Quando a destruição dos tecidos é importante, podem ocorrer perfurações do septo nasal e/ou palato. Sinonímia - Úlcera de Bauru, nariz de tapir, botão do Oriente. Agente etiológico - Há várias espécies de leishmanias envolvidas na transmissão. Nas Américas, são atualmente reconhecidas 11 espécies dermotrópicas de Leishmania causadoras de doença humana e 8 espé- cies descritas, somente em animais. No Brasil, já foram identificadas 7 espécies, sendo 6 do subgênero Viannia e 1 do subgênero Leishmania . As mais importantes são Leishmania (Viannia) braziliensis , L. (L.) ama- zonensis e L. (V.) guyanensis . Hospedeiros e reservatórios - Marsupiais, roedores, preguiça, tamanduá, dentre outros. A interação reservatório-parasito é conside- rada um sistema complexo, na medida em que é multifatorial, impre- visível e dinâmica, formando uma unidade biológica que pode estar em constante mudança, em função das alterações do meio ambiente. São considerados reservatórios da LTA as espécies de animais que ga- rantam a circulação de leishmânias na natureza, dentro de um recorte de tempo e espaço. Infecções por leishmanias que causam a LTA foram descritas em várias espécies de animais silvestres, sinantrópicos e do- mésticos (canídeos, felídeos e equídeos). Com relação a esse último, seu papel na manutenção do parasito no meio ambiente ainda não foi definitivamente esclarecido. Modo de transmissão - Pela picada da fêmea de insetos fleboto- míneos das diferentes espécies de importância médico-sanitária do gê- nero Lutzomyia . São conhecidos popularmente como mosquito palha, tatuquira, birigui, entre outros.
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