DOENÇAS INFECIOSAS E PARASITÁRIAS – GUIA DE BOLSO
Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 162 Donovanose CID 10: A58 A SPECTOS C LÍNICOS E E PIDEMIOLÓGICOS Descrição - Doença bacteriana de evolução progressiva e crônica, que acomete, preferencialmente, pele e mucosas das regiões genitais, perianais e inguinais, podendo ocasionar lesões granulomatosas e des- trutivas. Inicia-se por lesão nodular, única ou múltipla, de localização subcutânea, que eclode produzindo ulceração bem definida e cresce lentamente. É indolor e sangra com facilidade. A partir daí, as manifes- tações estão diretamente ligadas às respostas tissulares do hospedeiro, originando formas localizadas ou externas e, até mesmo, lesões visce- rais, por disseminação hematogênica. A observação do polimorfismo das manifestações levou à proposição de classificação clínica sugerida por Jardim (1987). t Genitais e perigenitais - São divididas em ulcerosas e subdivididas em: combordas hipertróficas e combordas planas; ulcerovegetantes; vegetantes e elefantiásicas. t Extragenitais. t Sistêmicas - Geralmente as formas ulcerosas têm maior dimensão; apresentam bordas planas ou hipertróficas, com abundante se- creção, e crescem, por expansão, por meio de auto-inoculação. Nas formas ulcerovegetantes (a mais frequente), há abundante tecido de granulação no fundo da lesão, ultrapassando o contorno lesional. As lesões vegetantes são pouco frequentes e, habitualmente, de pequenas dimensões, bem delimitadas e desprovidas de secreções. As manifestações elefantiásicas ocorrem, quase sempre, após formas ulcerativas, secundárias às alterações linfáticas, que as acompan- ham. As localizações extragenitais são raras e podem resultar de práticas sexuais não usuais ou da extensão do foco inicial, por auto- inoculação, sendo essa última mais frequente. Há predileção pelas regiões de dobras e região perianal. Não há adenite na Donovanose, embora raramente possam se formar pseudobubões (granulações subcutâneas) na região inguinal, quase sempre unilaterais. Há relatos de localização nas gengivas, axilas, parede abdominal, couro cabe- ludo e outros locais. Na forma sistêmica da doença, podem ocorrer manifestações ósseas, articulares, hepáticas, esplênicas, pulmonares e outras. Em portadores de aids, a Donovanose assume uma evolução clínica atípica, com aparecimento de novas lesões, expansão das pré- existentes e persistência da positividade bacteriológica em resposta ao tratamento. 20
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