PROTOCOLOS CLÍNICOS E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS

Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas 3 C lassificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (CID-10) • N18.0 Doença renal em estádio final • N18.8 Outra insuficiência renal crônica 4 D iagnóstico Antes do início do tratamento, todos os pacientes devem ser avaliados e outras causas de anemia afastadas. O diagnóstico de deficiência absoluta de ferro em pacientes com IRC em hemodiálise é estabelecido quando os seguintes critérios estiverem presentes: • saturação de transferrina < 20%; • ferritina sérica < 200 ng/dl. Pacientes em hemodiálise podem ainda apresentar deficiência relativa de ferro, representando uma situação em que os estoques de ferro se encontram dentro dos limites de normalidade por critérios convencionais, mas com incapacidade de mobilização adequada do ferro para eritropoese sob estímulo de alfaepoetina. Os critérios diagnósticos de deficiência relativa são: • saturação de transferrina < 20%; • ferritina sérica entre 200-800 ng/dl. 5 C ritérios de inclusão Serão incluídos neste protocolo de tratamento os pacientes com diagnóstico de IRC, com taxa de filtração glomerular calculada < 30 ml/min/1,73m 2 , independentemente da idade, e com as seguintes condições: • anemia com hemoglobina sérica < 11 g/dl para ambos os sexos; • deficiência absoluta ou relativa de ferro; • estar em hemodiálise. 6 C ritérios de exclusão Serão excluídos deste protocolo de tratamento os pacientes que apresentarem: • hemocromatose; • hemossiderose; • anemia hemolítica; • ferritina sérica > 1.200 ng/dl ou saturação de transferrina > 50%; • hipersensibilidade ou intolerância ao produto ou a um de seus componentes. 7 C asos Especiais Em pacientes com hemoglobina inferior a 11 g/dl, necessitando doses elevadas de alfaepoetina º( ≥ 225 UI/kg/semana ou ≥ 22.500 UI/semana), pode ser considerada a reposição de ferro parenteral se a ferritina sérica estiver < 1.200 ng/dl e a saturação da transferrina < 25%, levando-se em conta os potenciais riscos e benefícios do tratamento nesta situação. Pacientes em tratamento conservador ou em programa de diálise peritoneal podem beneficiar-se com o uso de ferro por via oral como suplementação. Caso apresentem intolerância gastrointestinal, inadequada adesão ou insuficiente resposta ao tratamento oral, poderá ser considerada a reposição parenteral de ferro. Nestes casos, o diagnóstico de deficiência de ferro é dado por níveis de ferritina < 100 ng/dl e saturação de transferrina < 20%. Na gravidez, é recomendada dose de 25 mg por semana de sacarato de hidróxido de ferro III por via intravenosa. Não se recomenda o uso no primeiro trimestre. 8 T ratamento Os ensaios clínicos 10-18 e as metanálises 19,20 disponíveis acerca da efetividade do ferro parenteral no tratamento de anemia em pacientes com IRC tiveram como desfechos principais a taxa de anemia e a presença de efeitos adversos. Desfechos de maior repercussão clínica, como impacto em sobrevida e qualidade de vida, não foram adequadamente avaliados. Em pacientes com IRC em tratamento conservador, o uso rotineiro de ferro parenteral proporcionou pequeno ganho nos níveis de hemoglobina (0,31 g/dl), o que não parece representar vantagem clínica significativa 78

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