PROTOCOLOS CLÍNICOS E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS
Anemia em Pacientes com Insuficiência Renal Crônica – Alfaepoetina Anemia em Pacientes com Insuficiência Renal Crônica – Alfaepoetina sistemática prévia da Cochrane 30 . Os autores verificaram que a manutenção de níveis mais elevados de hemoglobina (entre 12-16 g/dl) associou-se com aumento da mortalidade geral, além de maior número de trombose de fístula arteriovenosa e de casos de hipertensão de difícil controle. Não houve diferença em relação à ocorrência de infartos do miocárdio ou hipertrofia ventricular esquerda. Emoutrametanálise, publicada por Clement e cols. 31 , não foramobservadas vantagens clinicamente relevantes em relação à qualidade de vida na manutenção da hemoglobina em níveis > 12 g/dl. Visando avaliar especificamente o impacto do nível de hemoglobina na hipertrofia ventricular esquerda, Parfrey e cols. 32 publicaram metanálise demonstrando ausência de benefício em manter níveis > 12 g/dl quando comparados a níveis convencionais. Diante destes resultados, pode-se concluir que buscar a correção completa da anemia, mantendo-se níveis de hemoglobina > 12 g/dl, não traz benefícios adicionais em relação ao controle sintomático e à qualidade de vida e pode levar a aumento da morbimortalidade. Recomenda-se, portanto, que o tratamento vise alvos de hemoglobina entre 10-12 g/dl. 8.1 F ármaco Alfaepoetina: frasco-ampola com 1.000 UI, 2.000 UI, 3.000 UI, 4.000 UI e 10.000 UI 8.2 E squema de administração Pacientes em tratamento conservador ou em programa de diálise peritoneal podem ser tratados inicialmente com uma das seguintes opções, ajustadas posteriormente de acordo com a resposta terapêutica: • 50-100 UI/kg, por via subcutânea, divididas em 1-3 aplicações por semana; • 10.000 UI, por via subcutânea, 1 vez por semana; • 20.000 UI, por via subcutânea, 1 vez a cada 2 semanas. Pacientes em hemodiálise podem ser tratados inicialmente com uma das seguintes opções, ajustadas posteriormente de acordo com a resposta terapêutica: • 50-100 UI/kg, por via subcutânea, divididas em 1-3 aplicações por semana; • 50-100 UI/kg, por via intravenosa, divididas em 3 aplicações por semana. Diversos nomogramas para ajuste de dose de alfaepoetina foram descritos em pacientes com IRC 33-35 . A maioria, contudo, não foi validada de forma prospectiva. Inexistem comparações diretas entre diferentes estratégias de ajuste de dose. Sugere-se que os pacientes tenham a hemoglobina monitorizada a cada 2 semanas após cada ajuste de dose até a estabilização e, a partir de então, a cada 4 semanas. As doses devem ser corrigidas conforme o nível de hemoglobina: • se, após 4 semanas de tratamento, a elevação de hemoglobina for < 0,3 g/dl por semana, aumentar a dose em 25%, respeitando o limite da dose máxima, que é de 300 UI/kg/semana por via subcutânea e de 450 UI/kg/semana por via intravenosa; • se, após 4 semanas de tratamento, a elevação de hemoglobina estiver no intervalo de 0,3- 0,5 g/dl por semana, manter a dose em uso; • se, após 4 semanas, a elevação de hemoglobina for > 0,5 g/dl por semana ou o nível de hemoglobina estiver entre 12-13 g/dl, reduzir a dose em 25%-50%, respeitando o limite da dose mínima recomendada, que é de 50 UI/kg/semana por via subcutânea; • suspender temporariamente o tratamento se o nível de hemoglobina estiver > 13 g/dl. 8.3 T empo de tratamento – Critérios de interrupção O tratamento deve ser mantido de forma contínua, visando o alvo de hemoglobina de 11 g/dl. Recomenda-se a interrupção temporária do tratamento se os níveis de hemoglobina forem > 13 g/dl, com reinício do mesmo quando os níveis estiverem < 11 g/dl. Deve ser considerada a suspensão do tratamento na ocorrência de evento adverso grave. 63
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