PROTOCOLOS CLÍNICOS E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Portaria SAS/MS n o 226, de 10 de maio de 2010. (Retificada em 27.08.10) Anemia em Pacientes com Insuficiência Renal Crônica – Alfaepoetina 1 M etodologia de busca da literatura Foi realizada busca de artigos nas bases de dados do Medline/Pubmed, Embase e Cochrane, limitada aos últimos 10 anos até 31 de janeiro de 2010. Foram selecionados ensaios clínicos randomizados, metanálises e revisões sistemáticas envolvendo o tratamento farmacológico da anemia na doença renal crônica, tendo sido excluídos estudos cujos desfechos não tivessem relevância clínica ou cujo fármaco não tivesse registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). No Medline/Pubmed, foi utilizada a estratégia de busca “ Kidney Failure, Chronic ”[ Mesh ] AND “ Anemia ”[ Mesh ] AND (“humans”[ Mesh Terms ] AND ( Meta-Analysis [ ptyp ] OR Randomized Controlled Trial [ ptyp ]). A pesquisa encontrou 107 estudos, dos quais 24 foram julgados relevantes para o protocolo. Nova busca com a mesma estratégia, porém sem limite de data, identificou outros 4 estudos que foram incluídos tendo em vista sua importância histórica. No Embase, foi utilizada a estratégia de busca ‘ chronic kidney failure’ /exp AND ‘drug therapy’/exp AND ([cochrane review]/lim OR [ controlled clinical trial ]/ lim OR [ meta analysis ]/ lim OR [ randomized controlled trial ]/ lim OR [ systematic review ]/ lim ) AND [ humans ]/ lim AND [ embase ]/ lim . Os 86 estudos identificados foram analisados. Foram incluídos 3 estudos adicionais em relação àqueles já encontrados na busca do Pubmed. Na biblioteca Cochrane, utilizando-se a expressão “ chronic kidney failure anemia ”, foram localizadas 3 revisões sistemáticas, incluídas na elaboração do protocolo. Estas buscas foram realizadas no dia 09/02/10. Foi consultado ainda o UpToDate , versão 17.3, através do site http://www.uptodateonline.com , e livros-texto de Nefrologia. 2 I ntrodução Anemia é definida como um estado de deficiência de massa eritrocitária e hemoglobina, resultando em aporte insuficiente de oxigênio para órgãos e tecidos. Os valores normais de hematócrito e hemoglobina variam em relação a idade, gênero, raça e outros fatores. O conceito clássico, segundo a Organização Mundial de Saúde, considera que há anemia quando a hemoglobina for < 13 g/dl em homens e mulheres na pós-menopausa e < 12 g/dl em mulheres na pré-menopausa. Esta condição estará presente em até 90% dos pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) e taxa de filtração glomerular < 25-30 ml/min 1,2 . A anemia na IRC pode se desenvolver em decorrência de qualquer uma das condições hematológicas que afetam a população geral. Porém a causa mais comum, sobretudo nos pacientes com doença mais avançada, é a deficiência de eritropoetina. Essa glicoproteína, produzida pelos rins, atua na medula óssea estimulando as células progenitoras da série eritroide. Os maiores estímulos para sua produção são anemia e hipóxia tecidual. Em pacientes com IRC, os níveis produzidos estão aquém do esperado para o grau de anemia apresentado deficiência relativa de sua produção. Isso decorre da perda progressiva de néfrons ao longo da história natural da IRC, com consequente limitação à produção de eritropoetina 3,4 . Além da menor produção de eritrócitos, em razão dos níveis insuficientes de eritropoetina, pacientes com IRC apresentam também menor meia-vida eritrocitária decorrente de um pequeno grau de hemólise. Tal alteração pode ser parcialmente corrigida com a suplementação de eritropoetina exógena 4 . A manutenção de estoques corporais adequados de ferro é fundamental para boa resposta ao tratamento com alfapoetina, sendo a deficiência de ferro ou sua reduzida disponibilidade as principais causas Consultores: Guilherme Geib, Pedro Renato Chocair, Carlos Alberto Prompt, Fernando Saldanha Thomé, Bárbara Corrêa Krug e Karine Medeiros Amaral Editores: Paulo Dornelles Picon, Maria Inez Pordeus Gadelha e Alberto Beltrame Os autores declararam ausência de conflito de interesses. 59

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