PROTOCOLOS CLÍNICOS E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas neurotomias, rizotomias), dependendo da sua magnitude e do comprometimento clínico-funcional do paciente. Assim, não são recomendadas medidas isoladas para se alcançarem os objetivos estabelecidos 1,4 . Há pouco mais de duas décadas foram publicados os primeiros estudos sobre toxina botulínica tipo A (TBA) na redução do tônus muscular. A TBA é uma proteína produzida pelo Clostridium botulinum (bacilo anaeróbio causador do botulismo – intoxicação alimentar sistêmica que provoca, entre outros sintomas, paralisia muscular flácida). Os primeiros relatos sobre o micro-organismo datam do século XIX, mas somente na década de 1920 foram descritas as primeiras tentativas de purificação da TBA. Atualmente, a TBA é parte integrante do arsenal terapêutico de condições espásticas, distonias, estrabismo, entre outras, podendo ser utilizada com segurança e eficácia 5 . 3 C lassificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (CID-10) • G04.1 Paraplegia espástica tropical • G80.0 Paralisia cerebral espástica • G80.1 Diplegia espástica • G80.2 Hemiplegia infantil • G81.1 Hemiplegia espástica • G82.1 Paraplegia espástica • G82.4 Tetraplegia espástica • I69.0 Sequelas de hemorragia subaracnóidea • I69.1 Sequelas de hemorragia intracerebral • I69.2 Sequelas de outras hemorragias intracranianas não traumáticas • I69.3 Sequelas de infarto cerebral • I69.4 Sequelas de acidente vascular cerebral não especificado como hemorrágico ou isquêmico • I69.8 Sequelas de outras doenças cerebrovasculares e das não especificadas • T90.5 Sequelas de traumatismo intracraniano • T90.8 Sequelas de outros traumatismos especificados da cabeça 4 D IAGNÓSTICO O diagnóstico é clínico. Ao exame físico, o médico gradua o tônus muscular segundo a Escala deAshworth Modificada (EAM), instrumento mais utilizado nos desfechos clínicos da literatura. Aescala apresenta 5 categorias que variam do tônus normal à rigidez (Tabela 2), conforme a resistência muscular contra a movimentação passiva do(s) segmento(s) afetado(s) 6-8 . Em situações excepcionais, a critério médico, a confirmação dos grupos musculares espásticos pode ser feita através do estudo eletroneuromiográfico dinâmico 9 . Tão importante quanto o diagnóstico da espasticidade é avaliar seu impacto na função motora global, na dor, no desenvolvimento de contraturas e deformidades osteomusculoarticulares, nos autocuidados ou na assistência do cuidador. A partir destas informações, o plano terapêutico deve ser estabelecido 1,10 . Tabela 2 - Escala de Ashworth Modificada Grau Descrição 0 Tônus normal 1 Leve aumento do tônus muscular com mínima resistência no fim do movimento 1+ Leve aumento do tônus muscular com mínima resistência em menos da metade do movimento 2 Aumento mais marcado do tônus muscular na maior parte do movimento, mas a mobilização passiva é efetuada com facilidade 3 Considerável aumento do tônus muscular, mas a movimentação passiva é efetuada com dificuldade 4 Segmento afetado rígido em flexão ou extensão A EAM serve para avaliar a intensidade da hipertonia e a resposta terapêutica. A partir do grau 1, um indicador associado à disfunção, à dor e à necessidades de assistência pode indicar tratamento. 292
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