PROTOCOLOS CLÍNICOS E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS
Doença Falciforme Doença Falciforme • Regressão ou estabilização de danos em órgãos ou tecidos • Melhora do bem-estar e da qualidade de vida e maior sobrevida 10 M ONITORIZAÇÃO Devem ser realizados os seguintes exames basais (antes do início do tratamento): • hemograma com contagem de plaquetas e reticulócitos para avaliar a possibilidade de inclusão do paciente neste protocolo e a toxicidade da HU; • eletroforese de Hb com dosagem de HbF para avaliar os possíveis efeitos benéficos do tratamento; • sorologias para hepatites B e C e para HIV; • dosagem sérica de transaminases (AST, ALT) e creatinina; • dosagem de ácido úrico; • beta-hCG sérico. Para monitorização laboratorial, devem ser realizados: • hemograma completo e contagem de reticulócitos (ver Tabela 1) − até a dose de manutenção: a cada 2 semanas − após a dose de manutenção: a cada 4 semanas • creatinina e transaminases (AST e ALT) (consideram-se toxicidade renal quando a dosagem de creatinina é > 50% do valor basal e toxicidade hepática quando o valor de ALT é duas vezes maior do que o limite superior) − até a dose de manutenção: a cada 4 semanas − após a dose de manutenção: a cada 12 semanas • hemoglobina fetal (ver Tabela 1) − até a dose de manutenção: a cada 8 semanas − após a dose de manutenção: a cada 24 semanas Devido aos possíveis efeitos adversos, a relação entre risco e benefício deve ser cuidadosamente avaliada nos seguintes casos: • uricosúria − o uso de HU pode aumentar os níveis séricos de ácido úrico. Níveis basais acima do limite normal devem ser monitorizados mensalmente; • ácido fólico − o uso de HU produz macrocitose, dificultando a suspeita laboratorial de deficiência de ácido fólico. Desta forma, é recomendado o emprego profilático concomitante de 5 mg/dia de ácido fólico, 3 vezes por semana. Cabe ressaltar que a deficiência de ácido fólico aumenta o risco de defeitos congênitos, especialmente fechamento do tubo neural; • interações medicamentosas − não há estudos adequados sobre interação entre HU e outros fármacos. Portanto, seu uso concomitante com outros medicamentos, principalmente com os que também podem produzir depressão da medula óssea, deve ser cuidadosamente monitorizado; • sorologia positiva para HIV − a associação de HU com os antirretrovirais didanosina e estavudina está contraindicada; • sorologia positiva para hepatites B e C − as provas de função hepática devem ser monitorizadas mensalmente durante o uso da HU. No caso de insuficiência hepática, não há recomendação de ajuste da dose. O uso de HU pode diminuir os efeitos colaterais provocados por fármacos antivirais usados no tratamento das hepatites 42 ; • insuficiência renal − embora poucos estudos tenham avaliado o uso de HU em pacientes com insuficiência renal, recomenda-se o ajuste da dose conforme o valor de depuração da creatinina: de 10-50 ml/min, administrar 50% da dose; < 10 ml/min, administrar 20% da dose. É recomendável a avaliação em conjunto com o nefrologista. Pacientes em hemodiálise devem receber HU após o procedimento; • medidas antropométricas − peso, altura e perímetro cefálico das crianças devem ser monitorizados a cada 2 semanas durante os 2 primeiros meses de tratamento ou enquanto a dose estiver sendo ajustada. Quando a criança estiver fazendo uso da dose de manutenção, a monitorização deve ser feita a cada mês. De acordo com Tompson e cols. 21 , crianças com 237
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