PROTOCOLOS CLÍNICOS E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS
Consultores: Beatriz Antunes de Mattos, José Miguel Dora, Luiz Roberto de Fraga Brusch, Bárbara Corrêa Krug e Karine Medeiros Amaral Editores: Paulo Dornelles Picon, Maria Inez Pordeus Gadelha e Alberto Beltrame Os autores declararam ausência de conflito de interesses. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Portaria SAS/MS n o 207, de 23 de abril de 2010. Artrite Reativa - Doença de Reiter 1 M etodologia de busca da literatura Foram utilizadas as bases de dados Medline/Pubmed e Embase e livros-texto de Medicina. A busca na base de dados Medline/Pubmed foi realizada em janeiro de 2010, utilizando-se as palavras-chave reactive arthritis [ Mesh ] AND diagnosis [ Mesh ]. Essa busca restringiu-se a artigos em língua inglesa e a estudos realizados em humanos, com o uso dos filtros Practice Guideline , Review e Guideline , resultando em 99 artigos. A busca realizada com as palavras-chave reactive arthritis [ Mesh ] AND therapeutics [ Mesh ] restringiu-se a artigos em língua inglesa e conduzidos em humanos, com o emprego dos filtros Clinical Trial , Meta-analysis , Practice Guideline , Randomized Controlled Trial , Review , Guideline e Controlled Clinical Trial , resultando em 49 artigos. Com a busca na base de dados Embase feita em 5 de janeiro de 2010 através das palavras-chave reactive arthritis /expAND diagnosis /exp, sendo limitada a artigos em língua inglesa e conduzidos em humanos, com o uso do filtro review /it, foram encontrados 114 artigos. Também foi realizada busca nessa mesma base de dados com as palavras-chave reactive arthritis /exp AND therapy /exp. Tal busca restringiu-se a artigos em língua inglesa e realizados em humanos, com os filtros [ cochrane review ]/lim OR [ controlled clinical trial ]/lim OR [ meta-analysis ]/lim OR [ randomized controlled trial ]/lim OR [ systematic review ]/lim, tendo sido obtidos 30 artigos. A escolha dos artigos para inclusão no PCDT baseou-se nos seguintes critérios: todos foram revisados, e os identificados como revisões, consensos ou estudos clínicos sobre o tema foram selecionados para a elaboração do protocolo e incluídos no texto. A busca em livros-texto baseou-se no livro UpToDate , versão 17.2, disponível através do site www. uptodateonline.com, consultado no dia 25 de novembro de 2009. 2 I ntrodução Antigamente denominada doença de Reiter, a artrite reativa é uma das espondiloartropatias soronegativas, grupo de doenças reumáticas crônicas que afetam articulações periféricas e da coluna e que compartilham características clínicas, radiológicas e genéticas semelhantes. Neste grupo de doenças (espondiloartropatias), além de artrite reativa, encontram-se espondilite anquilosante, artrite psoriática, espondiloartropatia associada à doença inflamatória intestinal e espondiloartropatia indiferenciada 1 . A expressão artrite reativa refere-se a uma artrite que se desenvolve durante ou logo após uma infecção bacteriana, geralmente geniturinária ou gastrointestinal, desencadeada por patógenos que não se consegue isolar nas articulações acometidas 2,3 . É, pois, uma artrite asséptica que ocorre subsequentemente a uma infecção extra-articular 4 . A artrite reativa é composta da tríade clínica de artrite, uretrite e conjuntivite pós- infecciosas 3 . O envolvimento extra-articular pode também cursar com vulvite, balanite, lesões mucocutâneas, dactilites e entesites diversas 5-7 . Há uma forte associação das espondiloartropatias como antígeno leucocitário humano B27 (HLA-B27), presente em cerca de 60% dos pacientes com artrite reativa 2-10 . O antígeno bacteriano desencadeia a reação imunológica responsável pela artrite, que se perpetua mesmo após a cura da infecção. A positividade do HLA-B27 é um marcador de risco para artrite e também para o envolvimento do esqueleto axial e de maior agressividade da doença 3,5,8 . 127
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