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Na Mídia - Estado do Rio tem taxa de mortalidade mais alta do Brasil em hospitais públicos

Extra Online /

21/10/2019


Pacientes morrem mais tanto em internações clínicas quanto em quadros cirúrgicos. Carlos Chagas e Pedro II têm piores situações do estado

O Rio de Janeiro tem a mais alta taxa de mortalidade em leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) de todo o país. Os dados são do Ministério da Saúde, organizados pela assessoria técnica da informação da Secretaria de Saúde, conforme mostrou a reportagem do Jornal Extra.

No Brasil, a média de mortalidade em clínica médica, ou seja, daqueles pacientes que não foram submetidos a cirurgias, foi de 10,5% no primeiro semestre desse ano. Já no Rio de Janeiro, o número é de 17, 26%.

A taxa geral de mortalidade, que leva em conta os quadros cirúrgicos, também é pior no estado. A média nacional é de 4,49%, no Rio, o número sobe para 7,12%.

Carlos Chagas e Pedro II

Dentro do panorama ruim, uma situação específica se destaca: a do Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, na Zona Norte. A unidade ocupa a primeira posição no ranking de mortalidade hospitalar em clínica médica. A cada dez pacientes internados na unidades, três saem sem vida.

Entre os pacientes que estão se preparando ou já passaram por cirurgia, o Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste, tem o maior percentual de mortes do estado: 7,69%. A média do país é de 2,24%.

Nessa taxa, não estão incluídas mortes que aconteceram na emergência. São considerados apenas pacientes que ficaram internados por, pelo menos 24 horas.

A costureira Lenita Martins aguarda uma vaga para o marido no CTI do hospital e a falta de informação deixa a família angustiada, já que ele parece estar apresentando uma piora no quadro.

"Já vai fazer uma semana que meu esposo está aqui, os médicos falaram que ele está com uma infecção no sangue. Aí, agora apareceu uma pneumonia. Ele estava falando, normal, né, e agora ele está todo entubado e os médicos não me falam nada concreto. Meia hora de visita, depois eles não dão mais informação nenhuma. nem você ligando para cá de manha , eles não dão informação", diz.

Cremerj responsabiliza falta de atendimento básico nos postos de saúde

O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, Sylvio Sergio Neves Provenzano, afirmou que a falta de atendimento básico nos postos é um dos fatores que acaba provocando um número tão alto de mortes nos hospitais do estado.

"Os pacientes portadores de condições crônicas deveriam ser atendidos, mas pelo visto não estão sendo. Essas condições, com o passar do tempo, sofrem um agravamento natural e eles acabam chegando nos hospitais de emergência com situações muito complexas, muito graves", diz ele.

"Então, o paciente com insuficiência cardíaca insuficiência renal, respiratória, septicemia, que é infecção generalizada, doentes de alta gravidade. É necessário que haja uma mudança e essa mudança é pra anteontem. Não podemos esperar mais", concluiu.

A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que a taxa de mortalidade está relacionada ao perfil do hospital -- unidades com CTI tendem a concentrar casos mais graves. O órgão disse também que monitora os indicadores de mortalidade e desenvolve estratégias para melhorar os resultados.

Já a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que a grave crise financeira que afetou o Rio nos últimos cinco anos impactou os serviços de saúde no estado e que tem investido para melhorar a qualidade de atendimento nas unidades.