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Na Mídia - UTIs neonatais podem suspender internações

O Globo / Rio

01/12/2017


Representantes de hospitais conveniados com o estado se reúnem hoje com secretário para discutir dívida

Representantes de 17 hospitais que prestam serviços de UTI neonatal para o estado vão se reunir hoje à tarde com o secretário estadual de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Júnior, para cobrar o pagamento de pelo menos uma parcela da dívida de R$ 100 milhões que o governo tem com essas empresas. Caso isso não aconteça, elas afirmam que não vão atender mais pacientes. Segundo integrantes do Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), essas unidades estão com dez meses de pagamentos atrasados, com parcelas desde 2015.

O atendimento tem sido prestado por instituições privadas porque o estado não tem leitos suficientes para esses cuidados especiais. Dos 370 leitos disponíveis, só 120 são da própria rede estadual, segundo dados do Cremerj. Os outros 250 ficam em hospitais e clínicas privadas. A informação foi antecipada ontem por Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO.

Com a irregularidade dos repasses de verba, as 17 unidades entregaram um ofício ao secretário estadual de Saúde e ao Cremerj, comunicando que seriam obrigadas a suspender os serviços, a partir de hoje, por falta de recursos. A medida foi suspensa depois de uma reunião de representantes dos hospitais com o Cremerj ontem à tarde. Eles decidiram que vão esperar o encontro de hoje com o secretário para saber se o governo vai tomar alguma providência em relação à dívida.

— Muitos reclamam que estão se desfazendo de patrimônio para manter a prestação de serviços, mesmo sem receber. Eles acham que agora não vão conseguir mais. Amanhã, eles esperam resolver isso, mas querem um compromisso do secretário, que ele faça um planejamento. A falta de assistência vai acarretar mortes — disse o vice-presidente do Cremerj, Renato Graça, ressaltando que a paralisação dos serviços não atingiria os bebês que já estão internados.

Segundo o médico, os representantes das unidades conveniadas vão entregar ao secretário um estudo do possível número de mortes que a suspensão dos serviços provocaria.

Em nota, a Secretaria estadual de Saúde disse que “já realizou o pagamento referente ao mês de junho de 2017 de oito prestadoras de serviço de UTIs neonatal e infantil”. Segundo o órgão, outras sete estão sendo pagas e as demais receberão hoje. Diferentemente da informação passada pelo Cremerj, a secretaria afirma que há apenas cinco meses em aberto: três referentes a 2015, e dois, a 2016.

A secretaria alegou que, diante da crise que o estado atravessa, foi estabelecido “um fluxo de pagamento com as prestadoras de serviço’’. As parcelas são pagas conforme a liberação de recursos pela Secretaria estadual de Fazenda e Planejamento. A Secretaria de Saúde destacou que, em novembro, teve que pagar os salários dos servidores com recursos próprios. A pasta informou que está procurando as prestadoras de serviço de UTIs neonatal e infantil para levantar quais pretendem continuar contratadas pelo estado, e cinco delas já manifestaram desejo de permanecer atendendo pacientes da rede pública.

Entre as unidades afetadas pela falta de repasses estão: Ceplin, em Macaé; UTI Neonatal Nicola Albano, em Campos; Clipel, em Cabo Frio; UTI Rio, em Duque de Caxias; Neotin, em Niterói; Pro Baby e Intensibaby, ambas em Barra Mansa; Neovida, com unidades em Nova Iguaçu, Resende e Volta Redonda; UDNI, em Nova Iguaçu; Natocare, em São Gonçalo; Grupo Perinatal, no Rio e em São João de Meriti; Neounidas, no Rio; e Llak, também com duas unidades no Rio.

Para o presidente do Cremerj, Nelson Nahon, os efeitos de uma possível suspensão dos serviços dessas unidades para novas internações poderia ser “catastrófico”:

— As dívidas anteriores não estão sendo quitadas e as empresas estão tendo que manter aparelhagem, médicos e enfermeiras. São equipes altamente especializadas. Se isso acontecer, vai ser catastrófico. É um serviço que não pode parar.