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Pesquisa Datafolha denuncia pressão de planos de saúde

24/09/2010


Pesquisa realizada pelo Datafolha a pedido da Associação Paulista de Medicina (APM) e divulgada na quinta-feira, 23, mostra que planos de saúde ameaçam o exercício da medicina. Ataques à autonomia dos médicos, interferência indevida na relação com os pacientes, pressões para redução de internações, de exames e outros procedimentos são problemas detectados em todo o estado de São Paulo, segundo o levantamento (Veja pesquisa completa).
 
Para o 1º secretário do Conselho Federal de Medicina (CFM), Desiré Callegari, as operadoras de saúde estão caminhando na contramão de uma medicina ética. “Fica difícil o trabalho do médico nas condições oferecidas pelos convênios, o que o coloca passivo de erros. Nem todos os planos de saúde têm um médico como responsável técnico para responder eticamente perante os conselhos de medicina. Há prejuízos claros para os médicos e, principalmente, para os pacientes”.
 
Mais de 90% dos médicos denunciam interferência dos planos de saúde em sua autonomia profissional. No levantamento Datafolha/APM, em uma escala de zero a 10, é atribuída nota 6,0 para o grau de interferência dos planos de saúde. Nota maior é dada pelos médicos que atuam na capital.
 
Para cerca de três em cada dez médicos, glosar procedimento ou medidas terapêuticas é o tipo de interferência que mais afeta a autonomia médica. Outros tipos muito apontados são quanto à solicitação de exames e procedimentos; atos diagnósticos ou terapêuticos mediante a designação de auditores; restrições a doenças preexistentes.


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O médico paulista ainda atribui nota 4,7 para os planos ou seguros saúde no Brasil. Considerando apenas as empresas com as quais tem ou tiveram algum relacionamento nos últimos cinco anos, a avaliação é similar: nota média de 5,1 em escala de zero a 10.

 O levantamento também apontou que o valor pago pela consulta, fica em torno de R$ 4, tirando todos os custos do consultório. “Passou da hora de o governo intervir. Não há uma parametrização dos ganhos e gastos dos planos de saúde, sendo portanto uma “caixa preta”, sem a devida transparência. Não sabemos qual o percentual que representa os honorários médicos, bem como os gastos com o atendimentos dos beneficiários,  no custo de determinado plano de saúde Os convênios abusam dos médicos e dos pacientes e comprometem a qualidade do atendimento”, enfatizou Desiré Callegari.
 
Datafolha – Segundo a APM, a pesquisa tem o intuito de conhecer a opinião dos médicos de São Paulo sobre a atuação das empresas de saúde suplementar. Foram entrevistados médicos cadastrados no CFM que atendam a planos ou seguros de saúde particulares e tenham trabalhado com, no mínimo, três planos ou seguros saúde nos últimos cinco anos.
 
O campo ocorreu entre os dias 23 de junho e 18 de agosto de 2010. Houve 403 entrevistas, sendo 200 na capital e 203 no interior ou outras cidades da região metropolitana. A margem de erro máxima, para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%, é de 5 pontos percentuais para o total da amostra e 7 pontos percentuais para capital e interior.


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Fonte: Portal Médico (Conselho Federal de Medicina)