Dois dedos de prosa com Antônio Abílio de Santa Rosa
02/07/2019
Antônio Abílio Pereira de Santa Rosa é filho de médicos. Trabalha como geneticista nas redes pública e privada, além de ser professor. No CREMERJ, é conselheiro e coordenador das seccionais de Macaé e Resende, da Câmara Técnica de Genética Médica e do Grupo de Trabalho de Bioética. Também integra as câmaras técnicas de Medicina Aeroespacial, Informática e Telemedicina e Saúde Pública. Em meio à rotina intensa de trabalho, não abre mão de se dedicar a duas paixões: a família e aprender idiomas.
“Quando tenho um tempo livre quero estar com minha esposa e meus dois filhos. Gostamos de assistir à séries, passear, vamos ao cinema e fazemos as refeições juntos. Eles são minha força. Faço tudo por eles”, disse emocionado.
Com extrema facilidade para aprender novas línguas, Antônio Abílio fala nove idiomas: inglês, francês, alemão, russo, mandarim, japonês, grego, turco e espanhol. Parte deles aprendeu sozinho. E ainda pretende aprender mais. Está nos planos fazer aulas de finlandês. Ele explicou que as línguas escolhidas não foram de forma aleatória. Todas estão ligadas a lugares que já visitou ou que ele pretende conhecer num futuro próximo ou ainda por serem importantes fontes de cultura.
“Meu projeto, quando eu era mais jovem, era aprender uma língua nova a cada dois ou três anos. Mas infelizmente não consegui por conta da demanda de trabalho. Agora estou tentando “recuperar o tempo perdido” e estudo parte destas línguas por conta própria. Para manter a fluência, costumo ouvir áudios de aulas enquanto dirijo. É excelente para quem não quer esquecer o que já aprendeu ou está no processo de conhecimento”, contou Abílio, acrescentando que concluiu a especialização em inglês e é professor formado com curso na Universidade de Califórnia.
Trabalho
Formado em 1992 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele não teve dúvida na hora de escolher a especialidade: pediatria. Mas, foi durante a residência, no Instituto Fernandes Figueira (IFF), que descobriu sua verdadeira paixão dentro da medicina: a genética.
“Durante a residência de pediatria ninguém estava interessado na pesquisa das síndromes, mas elas me chamavam atenção. Quando atuei no serviço de genética fiquei fascinado. Gostei tanto que pensei: é isso que quero fazer. Fiz uma nova prova de residência, desta vez para genética clínica. Foram mais três anos de muito aprendizado no IFF acompanhando os mais variados casos sindrômicos, erros inatos do metabolismo, aconselhamento genético pré-natal, entre outras atividades relacionadas à genética”, contou.
Desde aquela época, um tema chamou sua atenção: a genética do câncer. Sua sede de conhecimento pelo assunto o levou a fazer mestrado em genética na UFRJ. Em 2009, foi o primeiro aluno de oncogenética no Instituto Nacional de Câncer (Inca). Depois, complementou sua formação nos Estados Unidos, com uma especialização no City of Hope Comprehensive Cancer Center, em Los Angeles, em 2013.
Atualmente, Abílio se divide entre as atividades no CREMERJ, os atendimentos no consultório e nos hospitais Federal de Bonsucesso e São João Batista, em Macaé.
“Passei quase toda a minha vida profissional exclusivamente na rede pública e acompanhei bem as mudanças que ocorreram no Sistema Público de Saúde (SUS). Infelizmente este é um dos momentos mais difíceis da rede pública desde que comecei. Enquanto estiver no Conselho quero trabalhar pelos médicos do Rio e tentar amenizar esta situação complicada que estamos vivendo”, finalizou.