Audiência debate saúde pública na Câmara dos Vereadores
01/09/2017
Uma audiência pública comandada pela Frente Parlamentar em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) debateu, nesta sexta-feira, 1º, a situação da saúde pública na cidade do Rio de Janeiro. A reunião na Câmara dos Vereadores recebeu representantes dos conselhos profissionais de saúde e do Tribunal de Contas do Município.
O presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, discursou na audiência e recebeu apoio do público presente ao defender o SUS e se colocar contra o sucateamento e a privatização da saúde pública.
"Os hospitais federais estão sucateados. Houve uma redução orçamentária de 143 milhões, e os contratos dos médicos temporários não são renovados. Além disso, antes de fechar a consulta pública sobre atenção básica, o ministro já veio com uma proposta de acabar com os agentes comunitários. Nós, profissionais da saúde, temos que nos unir contra o que está sendo feito", ressaltou.
Nahon falou, ainda, sobre as ações civis pública que o CREMERJ protocolou contra o Ministério da Saúde e o governo do Estado do Rio de Janeiro. O governo estadual não cumpriu os 12% previstos de investimentos na saúde, provocando um déficit de 1,7 bilhões na área.
A audiência foi presidida pelo vereador Paulo Pinheiro, que representou a frente parlamentar de 36 vereadores, criada para discutir a saúde do Rio. A ideia era ouvir pessoas que representam a ponta do sistema em diferentes áreas da saúde no Estado para conhecer a real situação e a partir dela redigir um documento que seria encaminhado ao prefeito e ao secretário municipal de Saúde.
Durante o encontro, foi relatado o fechamento da emergência do Hospital Federal de Bonsucesso e a transformação do Hospital Cardoso Fontes em unidade exclusivamente oncológica. Profissionais do Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador, relataram que a unidade já fechou parte do CTI e dos leitos e que estaria fechando a emergência por falta de repasses da prefeitura.
Segundo o auditor do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Ricardo Levorato, o orçamento de 5,3 bilhões, que já era insuficiente, caiu para 4,9 bilhões por conta dos contingenciamentos.
Outro ponto abordado pelo encontro foi a ameaça de corte dos agentes comunitários e das equipes de saúde bucal. Ronaldo Moreira, presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários, defendeu a importância desses profissionais na atenção básica, principalmente no alcance de pacientes em situação de vulnerabilidade.
"Nós ajudamos a tirar o Brasil dos maiores índices de mortalidade infantil e hoje somos um modelo na atenção primária. O trabalho dos agentes comunitários é essencial e o governo quer acabar com ele. Não vamos deixar isso acontecer", disse.