Direção da UPA Botafogo suspende redução de médicos
09/12/2016
Após reunião com a diretoria do CREMERJ, na quinta-feira, 8, a direção da UPA Botafogo assinou um termo de compromisso no qual afirma suspender a redução do quadro de pessoal. A denúncia havia sido feita por médicos da unidade, preocupados com a demanda de atendimento, em encontro com o Conselho na segunda-feira, 5.
A diretora técnica da unidade, Flávia Polycarpo, esteve no Conselho, acompanhada pela assessora jurídica da Organização Social de Saúde Hospital Maternidade Therezinha de Jesus, responsável pela gestão da UPA, Carla dos Santos. Ela salientou que a decisão foi revista e será válida para outras três UPAs geridas pela mesma OS, Taquara, Tijuca e Copacabana.
A diretora técnica ainda adiantou que qualquer necessidade de mudança será informada e discutida previamente com o Conselho.
"Sabemos que a situação da saúde está caótica, mas a população e os médicos não podem ser prejudicados. Os pacientes têm direito a atendimento digno e os médicos, a exercer sua profissão com ética e em condições adequadas. Ficamos satisfeitos em saber que as direções da unidade e da OS entenderam a situação e reavaliaram essa medida, que afetaria negativamente a todos", frisou o vice-presidente do CREMERJ, Nelson Nahon.
O diretor do CRM Gil Simões e o conselheiro Aloísio Tibiriçá, que participaram da reunião, salientaram que o Conselho está sempre à disposição das unidades para auxiliar no que for preciso. "Estamos atuando com o Ministério Público e com a Defensoria Pública para assegurar que os serviços sejam mantidos, com qualidade. Temos exigido das autoridades o repasse dos recursos para a saúde e vamos continuar essa luta. Entendemos que o cenário econômico é desfavorável, mas não podemos permitir que a população e os médicos sejam lesados nos seus direitos", ressaltou Gil.
Proposta afetaria atendimento
De acordo com o informado pelos médicos, com a redução, a unidade teria apenas um pediatra e dois clínicos por plantão, número aquém da demanda da UPA. A equipe de plantão ficaria responsável pelos atendimentos de emergência, além das salas amarelas e vermelha e possíveis transferências de pacientes de ambulância. Se o único pediatra no plantão precisasse acompanhar uma transferência, a unidade ficaria sem atendimento pediátrico.