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CREMERJ recebe secretário de Saúde de Cabo Frio

22/03/2016

A Comissão de Saúde Pública do CREMERJ recebeu nessa quinta-feira, 17, o secretário municipal de Saúde de Cabo Frio, Carlos Ernesto dos Santos Dornellas, para discutir denúncias relacionadas ao atendimento médico na cidade. Os membros da comissão, os diretores Nelson Nahon e Gil Simões, também cobraram retorno das exigências feitas durante fiscalizações realizadas no Hospital Municipal da Mulher, no Hospital Central de Emergência (HCE) e no Hospital São José Operário (HSJO), em fevereiro.

De acordo com Nahon, as fiscalizações e denúncias recebidas pelo Conselho apontaram uma situação muito preocupante na saúde pública de Cabo Frio. Foi relatado o déficit de recursos humanos, problemas nos vínculos empregatícios, ausência de equipamentos e materiais, problemas estruturais, erros na identificação de pacientes e a dificuldade na transferência de doentes. Além disso, o diretor questionou as consequências do fechamento de uma das UPAs do município.

“Chamamos o secretário porque não recebemos nenhum retorno. Hoje gostaríamos de saber qual é a real situação das unidades e as perspectivas de melhora”, disse Nahon ao entregar cópias das fiscalizações nos três hospitais. 

O secretário explicou que o município de Cabo Frio está sofrendo os reflexos da crise no Estado. Segundo ele, por conta dos atrasos dos repasses do governo do Estado, a prefeitura não conseguiu custear as despesas de uma das UPAS da cidade, a do Parque Burle, e ela teve de ser desativada. Com a medida, o HCE foi reaberto para absorver os pacientes e o Hospital São José Operário auxilia em algumas situações. O atendimento pediátrico está sendo realizado no Hospital da Criança. 

“A UPA era a única unidade de porta aberta que tínhamos e com o fechamento dela ficamos em uma situação muito difícil. Reestruturamos o atendimento no HCE e temos feito o possível para atender a população, mas não tem sido fácil. Estamos reestruturando toda a nossa rede para adequar o nosso orçamento e não prejudicar a população”, explicou. 

Em relação ao déficit de médicos, o secretário explicou que o município tem dificuldade para contratar profissionais por conta dos baixos salários e da falta de vínculo empregatício. Além disso, o problema se agravou desde o final do ano, quando os pagamentos começaram a atrasar e apresentar erros. Dornellas adiantou que tem a previsão de realização de um concurso, mas ainda não há uma data para o certame acontecer. 

Sobre o Hospital da Mulher, o secretário admitiu o sucateamento da unidade e a restrição no atendimento. Ele ainda explicou que, devido a problemas financeiros, a unidade teve que cortar alguns programas importantes.  

Os conselheiros também questionaram a situação da atenção primária no município. De acordo com Dornellas, atualmente, estão funcionando 17 unidades para saúde da família com equipe completa, mas não funcionam todos os dias. Ainda não há precisão para a normalização dos atendimentos. 

“É fundamental que o CREMERJ tenha conhecimento do que está acontecendo nessas unidades. Estamos preocupados com a situação dos médicos e com a população, por isso vamos continuar acompanhando”, finalizou Gil Simões.