Falta de recursos humanos se agrava no Hospital Salgado Filho
04/02/2014
Em reunião nessa segunda-feira, 3, diretores do CREMERJ e membros do corpo clínico do Hospital Municipal Salgado Filho demonstraram mais uma vez preocupação com o sucateamento da unidade. De acordo com médicos, o principal problema no hospital ainda é a falta de recursos humanos, que vem atingindo todas as especialidades.
Isso é o que acontece, por exemplo, no serviço de patologia clínica. Apesar de estar em número reduzido, a equipe tem conseguido emitir os laudos, mas teme até quando será possível funcionar com tão poucos médicos e técnicos. No setor de coleta, que tinha sete funcionários, hoje há três – que, desde novembro, estão sem receber.
Na emergência, o cenário continua crítico e, segundo os médicos, a superlotação e as condições de trabalho só pioraram.
O presidente do CREMERJ, Sidnei Ferreira, frisou que a situação do Salgado Filho é inadmissível e que vem sendo denunciada pelo Conselho, que trilhou todos os caminhos possíveis, como idas à Secretária de Saúde, ao Ministério Público, ação judicial pedindo contratação imediata, queixa-crime na Delegacia do Consumidor (Decon) e denúncia à imprensa. Ele ressaltou que o caso foi levado várias vezes ao secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, porém nada foi feito. O CREMERJ, inclusive, sinalizou que, devido à gravidade da situação no hospital, a secretaria deveria fazer uma contratação emergencial.
“A maneira como os médicos ficam expostos e a precariedade do atendimento à população nos preocupa muito. Depois que nos reunimos com o secretário, estivemos aqui, fizemos uma pauta com a proposta dos médicos e entregamos esse documento para ele. Uma das propostas era referenciar a emergência e ele, simplesmente, nos acusou de irresponsabilidade e nada fez”, disse.
Sidnei ainda falou que o Ministério Público do Rio de Janeiro também vem denunciando o estado do Salgado Filho e a omissão da secretaria.
Na assembleia, ficou decidido pedir o apoio do Conselho Distrital de Saúde e das associações de bairro. Uma nova reunião deverá ser agendada com a presença dessas entidades. Além disso, foi sugerida a mobilização de médicos e pacientes para uma manifestação.
Os diretores Nelson Nahon, Erika Reis e Pablo Vazquez também participaram do encontro.